Dia desses, lendo um jornal português, deparei-me com uma sinistra relação das prisões mais cruéis do mundo. Cito-as, a seguir.
Prisão de Nairobi, Quênia: “Construída em 1911 com capacidade para 800 reclusos, tinha cerca de 3.000 em 2003. A sobrelotação trouxe problemas de higiene e saneamento. As celas estão cheias de dejetos humanos e lixo”.
Prisão de Praia Negra, Guiné Equatorial: “Violência contra os reclusos, desnutrição, sobrelotação e infestações de ratos ajudam a descrever esta prisão. Vários reclusos morreram devido a doenças contraídas no interior do estabelecimento”.
Prisão de San Juan de Lurigancho, Peru: “Foi construída para albergar cerca de 2.700 reclusos, mas atualmente tem cerca de 7 mil. Os reclusos vendem praticamente de tudo no interior, desde DVD a drogas. É comum a ocorrência de homicídios”.
Prisão de Rikers Island, New York, EUA: “É famosa pela ocorrência de espancamentos e esfaqueamentos. Em 2007 ganhou destaque quando um jovem recluso foi espancado por um colega enquanto os guardas observavam”. Há também a prisão ADX Florence, no Colorado: “Nesta prisão os reclusos estão isolados dos guardas. Sofrem torturas psicológicas levando muitos ao suicídio”.
Prisão de Gidani, em Tbilisi, Georgia: “Nesta prisão ocorrem vários surtos de tuberculose. Os reclusos são tratados de forma violenta e muitas vezes agredidos sexualmente”.
Prisão de La Santé, em Paris, França: “Os reclusos vivem em celas sobrelotadas e com a presença de ratos e piolhos. Devido a condições deploráveis, 122 reclusos suicidaram-se em 2002, e em 2003 foram 73 a fazer o mesmo”.
Prisão de Gitarama, Ruanda: “Desenhada para abrigar 400 reclusos, durante os anos 1990 chegou a ter uma população de 7 mil reclusos. Teve vários surtos de doenças e também episódios de canibalismo entre os reclusos”.
Prisão de Diarbaquir, Turquia: “É conhecida por ser palco de torturas físicas e psicológicas. Para fugirem às más condições alguns reclusos faziam greve de fome, suicidavam-se ou incendiavam-se”.
Com leves variações, assim está o mundo – nosso cristão Brasil incluído. Afinal, a humanidade pensa que tudo é aceitável contra certo tipo de gente.
Modestamente, pergunto: esta política está dando certo? Que tal ir à janela de sua casa, contemplar as grades que a adornam e meditar sobre isso?
18 de agosto de 2017
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário