Os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, que fazem parte da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba, publicaram um vídeo em suas redes sociais na noite desta terça-feira em que criticam a proposta de reforma política que está em discussão no Congresso. Para Deltan, a proposta beneficia políticos investigados, que querem se reeleger para não perder o foro privilegiado. Já Carlos Fernando diz que o dinheiro do fundo partidário vai para “o saco sem fundo” dos partidos políticos.
Os dois procuradores chamam a proposta de “falsa reforma” política, criticam a criação do “distritão” para a eleição de deputados e a ampliação do fundo partidário para R$ 3,6 bilhões e afirmam que as mudanças estão sendo elaboradas por “velhos caciques”, que pretendem se “agarrar no poder”. Segundo Deltan, muitos desses políticos são corruptos.
FORO PRIVILEGIADO – “Por que (os políticos) querem se agarrar aos seus cargos? Vejam que um terço dos parlamentares são objeto de investigação no Supremo Tribunal Federal. Para muitos deles, perder o mandato significa perder o foro privilegiado e, com isso, ter um grande risco de ir para a cadeia” — disse Deltan.
Na visão do procurador, políticos mais tradicionais, que têm influência sobre prefeitos e representantes de cidades pequenas, terão suas chances de se eleger aumentadas se a reforma política for aprovada.
Carlos Fernando também chamou a atenção para a forma como o dinheiro do fundo partidário será administrado: “Eles pretendem tirar dinheiro do seu bolso, R$ 3,6 bilhões, para colocar no saco sem fundo dos partidos políticos. Eles não pretendem campanhas mais baratas, eles querem o distritão, onde velhos caciques vão se reelegendo eternamente”.
17 de agosto que 2017
Deu em O Globo
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