"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 23 de julho de 2017

PREFEITO ALIADO DE DORIA SE DIZ ENVERGONHADO COM A ATUAÇÃO DO PSDB


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Morando imita Doria até nas críticas ao PSDB
Aliado de João Doria (PSDB), o prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, Orlando Morando, engrossa o coro dos descontentes com a permanência de ministros do PSDB no governo Michel Temer. Diz que o partido o “envergonha” pela indefinição e está acéfalo. O presidente afastado, senador Aécio Neves (MG), para ele, é página virada.
Com iniciativas parecidas com as de Doria, como vestir-se de gari e usar com frequência redes sociais, Morando é citado como possível candidato a governador e deixa subentendida a pretensão do aliado de se lançar ao Planalto. Ele nega ambas as possibilidades, mas considera ter, como Doria, vantagens competitivas para 2018.
O senhor disse que estava com vergonha do partido.
O PSDB simboliza o melhor, livre dos rolos. Devemos uma satisfação à sociedade sobre aquilo que representamos, e essas mudanças deixaram dúvidas. Aconteceram percalços.
Após a delação da JBS, o partido tinha de sair do governo?
Após a delação.
Ao ficarem no governo, o que ministros do PSDB sinalizam?
Essa coisa de cargo está desassociada do interesse partidário. Se o partido decidir sair e o ministro falar que não sai, você vai expulsá-lo? Não.
Por que disse que está com vergonha do partido?
Por não dar uma resposta. A impressão que dá é que estamos ligados ao governo Temer por conta dos cargos, e não é isso. A permanência se dá pelas reformas.
E por que o partido não consegue tomar uma posição?
Ter posição unificada depende de ter liderança nacional, e não tem. Estamos muito próximos do pleito no ano que vem. Acaba contaminando.
Tasso [Jereissati, presidente interino do PSDB] tem liderança nacional?
Quando definirmos o presidente, ele pode buscar ter.
E o Aécio? Deveria sair em definitivo da presidência?
Ele teve a grandeza de se afastar no momento que veio a denúncia [da JBS], esse episódio triste para a trajetória dele e do nosso partido. Não fala pelo PSDB. O fato está superado, consumado.
Doria disse que o sr. representaria os prefeitos em eventual nova Executiva. Qual cargo?
Nada mais justo do que levar os problemas das prefeituras ao âmbito nacional do partido. Fico honrado. Pode ser vice-presidente, secretário-geral, um vogal.
A que atribui as críticas de caciques a Doria? Há a leitura de que possam furar a fila?
Jamais. O que ninguém pode negar é que existe um novo formato de político, e o PSDB teve a felicidade de dar brilho a esses quadros. A safra nova vem oxigenar o partido, por mais que uma ala conservadora possa não gostar. O que nos diferencia? Nós nos atualizamos. Transparência. Não tem tapinha nas costas, sorrisinho amarelo e enganação.
O sr. também tem marketing com apelo eleitoral, faz ação com roupa de gari.
Usar uniforme me dá um baita orgulho, já fui açougueiro, padeiro. Criamos o programa Parede Limpa, que começou com voluntários. Depois, havia populares querendo participar. Isso é liderança. Trajado adequadamente, estimula. Não é só marketing.
Se o partido achar que é um bom nome para disputar o governo, o sr. aceita?
A eleição está distante. Foco no trabalho, foco na gestão.
O sr. está com o mesmo discurso que o João Doria.
Não estou, não estou…
Fará diferença em 2018 ser novo, sem citação na Lava Jato?
Lógico que faz toda a diferença. Doria e eu temos alto índice de aprovação. Mas isso não é sinônimo de que tenhamos de ser os candidatos.
E o PSDB em 2018?
Alckmin é capacitado, testado. Nome forte. E Doria também desponta. Não sei das reais pretensões dele.
A citação de Alckmin na Lava Jato atrapalha?
Tem de apurar. Meu apelo é para o partido não se desintegrar esquecendo a sociedade.
Como sustentar o discurso crítico à corrupção do PT com quadros do PSDB envolvidos?
Não dá para comparar. Na administração do PT, tinha determinação partidária para roubar dinheiro público.
Aécio, Serra, Alckmin e Aloysio foram citados na Lava Jato…Ninguém denunciado, ninguém condenado, ninguém preso. Se tiver, aquilo que defendo para o meu adversário defendo para o meu aliado.
E a imagem fica prejudicada?
Você acha que o Aécio não está pagando o preço desse erro da conversa com aquela dupla de bandidos da família Batista? Tem prejuízo de imagem [ao PSDB], mas o eleitor diferencia pessoas de partido.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Com tantas críticas repetitivas, fica parecendo que Doria e seu aliado estão querendo arranjar justificativas para abandonar o PSDB e se candidatar por outro partido. Se realmente o caminho é esse, terão de deixar as prefeituras no final de abril. Vamos aguardar. A única coisa certa até agora é que os dois adoram aparecer(C.N.)

23 de julho de 2017
Thais Bilenky
Folha

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