O Ministério Público Federal (MPF) avalia que o esquema supostamente adotado pelo ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás Aldemir Bendine – preso nesta quinta-feira (27) na Operação Cobra, fase 42 da Lava Jato – é ‘semelhante’ ao usado pelas maiores empreiteiras do País que formaram cartel de propinas na estatal petrolífera e se valeram de contratos de consultoria fraudulentos para justificar pagamentos milionários a políticos e ex-dirigentes da companhia.
Bendine foi preso em regime temporário por cinco dias, inicialmente, por suspeita de recebimento de R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht. Ele está recolhido em uma cela da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, base da Lava Jato. A PF também prendeu, por ordem do juiz federal Sérgio Moro, os irmãos publicitários Antonio Carlos e André Gustavo Vieira Junior, apontados como ‘profissionais da lavagem de dinheiro’ e operadores financeiros de Bendine.
CONTRATO FALSO – Os investigadores suspeitam que André Gustavo forjou contrato de consultoria da MP Marketing, Planejamento e Sistema de Informação Ltda – supostamente de fachada e da qual ele é sócio – com a Odebrecht para tentar ‘justificar’ o recebimento dos R$ 3 milhões que teriam sido destinados a Bendine.
O juiz federal Sérgio Moro já decretou a quebra do sigilo do e-mail funcional que Bendine usou no período em que presidiu a Petrobrás. A decisão atende a pedido do Ministério Público Federal. “O endereço eletrônico funcional do representado pode conter informações de grande relevância para a investigação”, afirmou o Ministério Público Federal no pedido a Moro.
OFÍCIO À PETROBRAS – Ao ordenar a quebra de sigilo do e-mail funcional de Bendine, o juiz da Lava Jato mandou expedir um ofício à Petrobrás, “a ser entregue pela autoridade policial ou pelo Ministério Público Federal aos advogados que a representam nesta Vara, após a deflagração da fase ostensiva da investigação”.
Os procuradores apontam que às vésperas de assumir a presidência da Petrobrás, em fevereiro de 2015, Bendine e um de seus operadores financeiros solicitaram propina a Marcelo Odebrecht e ao executivo da construtora Fernando Reis. O pedido teria sido feito para que o grupo empresarial Odebrecht não fosse prejudicado na estatal e também em relação às consequências da Lava Jato.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O publicitário André Gustavo não atuou apenas no esquema de Bendine. Foi peça fundamental também para a JBS dos irmãos Batista, tornando-se uma espécie de Marcos Valério de Pernambuco, para cuidar de entregas de dinheiro vivo. Para se ter uma ideia do movimento, Joesley Batista autorizava contratação de carro-forte e André Gustavo recolhia o dinheiro nos clientes da JBS e transportava até o político que deveria ser beneficiado. O assunto vai pegar fogo esta semana. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O publicitário André Gustavo não atuou apenas no esquema de Bendine. Foi peça fundamental também para a JBS dos irmãos Batista, tornando-se uma espécie de Marcos Valério de Pernambuco, para cuidar de entregas de dinheiro vivo. Para se ter uma ideia do movimento, Joesley Batista autorizava contratação de carro-forte e André Gustavo recolhia o dinheiro nos clientes da JBS e transportava até o político que deveria ser beneficiado. O assunto vai pegar fogo esta semana. (C.N.)
31 de julho de 2017
Deu em O Tempo
(Agência Estado)
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