Você já ouviu falar de Matej Gaspar? Ele nasceu no dia 11 de julho de 1989, em Zagreb, na Croácia - e foi reputado o ser humano a completar a marca de 5 bilhões de habitantes neste planeta. De lá para cá, tornou-se costume o observar do "Dia da População", no qual são divulgadas as estatísticas a esta relativas.
Acabei de ler aquelas relativas ao ano de 2017, quando já somos 7,52 bilhões de pessoas. Nela há números fascinantes! Imagine que a cada minuto sete novos habitantes são acrescentados à população! Se mantivermos este ritmo de crescimento, chegaremos a 2050 sendo uns 9,8 bilhões.
Mas voltemos ao tempo presente, no qual constatou-se que metade da riqueza global pertence a somente 1% da população. Pasme, mas apenas 62 pessoas concentram a mesma riqueza que metade dos habitantes do planeta. Do outro lado, 70% da população mundial acumulam apenas 3% de toda a riqueza produzida. Descobriu-se que, no seu extremo, estão 767 milhões de miseráveis que vivem - eu disse vivem? - com menos de US$ 1,90 por dia.
Por falar em miseráveis, 663 mlhões deles não tem acesso a água potável - matam a sede se matando, em uma expressão. Há também os famintos, 795 milhões de semelhantes nossos. Não nos esqueçamos, igualmente, dos "sem-banheiro", aqueles seres humanos que fazem suas necessidades ao ar livre por conta da mais triste penúria, e que são 2,5 bilhões.
Dizem que, à vista destes números, o mundo caminha a passos largos rumo a um certo "Paradoxo de Acapulco", expressão cunhada sobre um belo balneário mexicano palco de duas realidades paralelas: a dos privilegiados que desfrutam de um cenário paradisíaco e a da população miserável que sobrevive no entorno deste, ao som dos tiroteios diários promovidos por gangues rivais.
Levante-se, vá à janela, contemple o cenário com olhos de ver e perceba que Acapulco é aqui, é ali, é lá, é em todo lugar. Medite, em seguida, sobre o quão insustentável é este paradoxo. E conclua calculando seus riscos, principalmente diante do crescimento populacional acelerado.
Acredito ser chegada a hora de discutirmos nossa tão injusta ordem social, e bem assim uma economia a cada dia mais concentrada em torno de grandes conglomerados. Que tenhamos, todos, a sabedoria de promover aquela evolução pacífica que previne as revoluções violentas.
31 de julho de 2017
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírio Santo.
Acabei de ler aquelas relativas ao ano de 2017, quando já somos 7,52 bilhões de pessoas. Nela há números fascinantes! Imagine que a cada minuto sete novos habitantes são acrescentados à população! Se mantivermos este ritmo de crescimento, chegaremos a 2050 sendo uns 9,8 bilhões.
Mas voltemos ao tempo presente, no qual constatou-se que metade da riqueza global pertence a somente 1% da população. Pasme, mas apenas 62 pessoas concentram a mesma riqueza que metade dos habitantes do planeta. Do outro lado, 70% da população mundial acumulam apenas 3% de toda a riqueza produzida. Descobriu-se que, no seu extremo, estão 767 milhões de miseráveis que vivem - eu disse vivem? - com menos de US$ 1,90 por dia.
Por falar em miseráveis, 663 mlhões deles não tem acesso a água potável - matam a sede se matando, em uma expressão. Há também os famintos, 795 milhões de semelhantes nossos. Não nos esqueçamos, igualmente, dos "sem-banheiro", aqueles seres humanos que fazem suas necessidades ao ar livre por conta da mais triste penúria, e que são 2,5 bilhões.
Dizem que, à vista destes números, o mundo caminha a passos largos rumo a um certo "Paradoxo de Acapulco", expressão cunhada sobre um belo balneário mexicano palco de duas realidades paralelas: a dos privilegiados que desfrutam de um cenário paradisíaco e a da população miserável que sobrevive no entorno deste, ao som dos tiroteios diários promovidos por gangues rivais.
Levante-se, vá à janela, contemple o cenário com olhos de ver e perceba que Acapulco é aqui, é ali, é lá, é em todo lugar. Medite, em seguida, sobre o quão insustentável é este paradoxo. E conclua calculando seus riscos, principalmente diante do crescimento populacional acelerado.
Acredito ser chegada a hora de discutirmos nossa tão injusta ordem social, e bem assim uma economia a cada dia mais concentrada em torno de grandes conglomerados. Que tenhamos, todos, a sabedoria de promover aquela evolução pacífica que previne as revoluções violentas.
31 de julho de 2017
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírio Santo.
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