"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

ELIO GASPARI, DELFIM NETTO E DYOGO OLIVEIRA, ABALAM A POSIÇÃO DE MEIRELLES


Resultado de imagem para HENRIQUE MEIRELLES
Meirelles agota está sendo escanteado por Temer
O jornalista Elio Gaspari, em seu artigo desta quarta-feira, no Globo e na Folha de São Paulo, o ex-ministro Delfim Netto e o atual ministro do Planejamento Dyogo Oliveira abalaram a posição política do ministro Henrique Meirelles na Fazenda. Em seu artigo, Elio Gaspari sustentou que o presidente Michel Temer está colocando o titular da Fazenda e chefe da equipe econômica do governo num processo de fervura. Frisou que a diferença entre fritura e fervura é que a primeira é mais rápida do que a segunda.
A fervura começou com a consulta feita domingo passado pelo presidente Michel Temer, ao ex-ministro Delfim Netto, dos governos militares em sua residência em São Paulo. Nesse encontro, Delfim Netto afirmou que o desequilíbrio das contas públicas, sobretudo os da Previdência, resultam em grande parte do fato de os salários do funcionalismo serem muito maiores do que os pagos pelo INSS aos aposentados e pensionistas do país.
MEDIDA PROVISÓRIA – Daí surgiu a medida provisória, baseada em projeto do ministro Dyogo Oliveira, do Planejamento, propondo um programa de demissões voluntárias na área federal. O projeto, acentua O Globo, em sua página econômica de quarta-feira, criou mal estar entre os ministros Meirelles e Oliveira. O ministro da Fazenda classificou o PDV de iniciativa preliminar e se ressentiu de não ter sido avisado da divulgação do plano.
“Trata-se” – afirmou Meirelles – “de um movimento que ainda está sendo mensurado e depois vai depender do número de adesões”. Mas as palavras do titular da Fazenda não coincidem com a divulgação do projeto do Ministério do Planejamento. Confusão no governo, portanto.
O Brasil possui 632 mil funcionários, porém apenas 504 mil ativos. A perspectiva de adesão ao PDV será baixa.
MP A CAMINHO – Mas a reportagem de Geralda Doca, Bárbara Nascimento e Eliane Oliveira, O Globo, edição do dia 26, revela que a medida provisória elaborada por Dyogo Oliveira, ao contrário do que colocou Henrique Meirelles, segue em frente.
Tanto assim que a proposta do Ministério do Planejamento, além do PDV, inclui a redução de carga horária, no sentido de que os funcionários possam optar pela redução salarial correspondente e exercerem outro emprego no setor privado. Faltou ao ministro do Planejamento dizer onde está esse segundo emprego numa época em que o desemprego atinge 14 milhões de pessoas no Brasil.
Mas voltando ao torpedo disparado contra Henrique Meirelles, ele inclui também, além do artigo de Gaspari, um artigo de Delfim Netto, publicado na Folha de São Paulo, na coluna que ocupa as quartas-feiras.
MAIS CRÍTICAS – Delfim Netto defendeu o crescimento da produtividade do trabalho e condenou a criação do Fundo para financiar eleições. A Nação está estarrecida, disse ele. Houve um incesto entre o poder público e parte do empresariado, com apoio do Poder Legislativo. Acrescentou: a economia padece do mais profundo voluntarismo econômico que precedeu a eleição de 2014 e a tragédia fiscal que nos devora.
Outro dia, Delfim destacou que os vencimentos do funcionalismo são a causa também do desequilíbrio financeiro. Mas esqueceu que apenas 10% do quadro federal ganham acima de 5.500 reais por mês.
Como se constata, foram disparados três mísseis de longo alcance na direção do edifício da Fazenda na Esplanada dos Ministérios: Gaspari, Delfim Netto e Dyogo Oliveira — este último, lançado na plataforma do próprio Palácio do Planalto.

27 de julho de 2017
Pedro do Coutto

Nenhum comentário:

Postar um comentário