"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

BENDINE IA PARA LISBOA NESTA SEXTA, SÓ COM PASSAGEM DE IDA

ELE TEM CIDADANIA ITALIANA; QUEBRA DE SIGILO REVELOU VIAGEM

EX-PRESIDENTE DO BANCO DO BRASIL E DA PETROBRAS É SUSPEITO DE RECEBER R$ 3 MILHÕES EM PROPINA DA ODEBRECHT (FOTO: GUSTAVO LIMA/AG. CÂMARA)


Após quebra do sigilo telefônico, a Polícia Federal descobriu que o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine estava com viagem marcada para Lisboa nesta sexta-feira, 28. Segundo a PF, só há informação de que Bendine, que também tem nacionalidade italiana, só havia comprado passagem de ida a Portugal.

“Importante pontuar que a quebra telemática encontrou apenas passagem de ida de Bendine”
, destacou o procurador da República Athayde Ribeiro Costa. “Isso não significa que não exista passagem de retorno. Mas, ainda que houvesse passagem de retorno não alteraria o quadro de justificação para o pedido de prisão preventiva de Bendine”, disse.

O ex-presidente da Petrobras foi preso nesta quinta-feira, 27, em Sorocaba, interior de São Paulo, na Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato, por suspeita de recebimento de propina de R$ 3 milhões da empreiteira Odebrecht. Inicialmente, ele havia solicitado R$ 17 milhões da companhia, quando ainda ocupava a presidência do Banco do Brasil.

A força-tarefa do Ministério Público Federal havia requerido a prisão preventiva – sem prazo para terminar – de Bendine. Embora tenha reconhecido a existência de provas que justificassem a prisão preventiva, o juiz Sérgio Moro decidiu impor ao executivo regime temporário de custódia por cinco dias.

Para os investigadores, o fato de ter dupla cidadania poderia facilitar uma eventual fuga de Bendine para a Itália, destino de outros investigados em outros escândalos, como o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolatto, condenado no Mensalão do PT.

Obstrução de Justiça

Segundo o procurador, também há evidências de que os outros dois alvos dessa operação tentaram apagar provas e obstruir a Justiça. Um deles, o publicitário André Gustavo Vieira da Silva, detido em um aeroporto no Recife. Ele viajaria para Brasília. Foi preso ainda o irmão dele, Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior. Os dois são sócios em uma agência de publicidade, chamada Arcos, e são apontados como operadores da propina.

A Lava Jato constatou, ainda, que André, apontado como ‘operador financeiro’ de Bendine, tinha ‘negócios consolidados’ em Portugal. Em 2011, segundo o procurador Athayde, o aliado de Bendine trabalhou na campanha que elegeu o primeiro-ministro português.


27 de julho de 2017
diário do poder

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