ASSOCIAÇÃO DE MINORITÁRIOS ACUSA JBS DE MANIPULAR PREÇOS DAS AÇÕES
DONOS DA JBS ACUSADOS DE USAR DELAÇÃO PARA MANIPULAR AÇÕES
Em 17 de maio, a tesouraria da JBS comprou R$ 35,6 milhões em ações da empresa. No mesmo dia, após o fechamento do pregão, notícias sobre a delação de Joesley e Wesley Batista vieram à tona. Contudo, enquanto a empresa comprava suas próprias ações, os acionistas controladores se desfaziam de papéis. As vendas em 17 de maio totalizaram R$ 35,114 milhões. Na véspera, dia 16, os controladores venderam R$ 9,957 milhões em ações da JBS.
O advogado da Associação de Acionistas Minoritários (Aidmin), Marcio Lobo, do escritório Jorge Lobo Advogados, afirma que as operações configuram crime de manipulação no mercado financeiro, uma vez que o controlador acabou segurando os preços das ações. "O crime de utilização de informação privilegiada é flagrante, não só com as operações no mercado de ações como também no cambial. Agora, esta nova informação mostra que também houve manipulação dos preços das ações", disse.
Aurélio Valporto, vice-presidente da Aidmin, avalia que os controladores usaram a JBS para "criar demanda, a fim de absorver a venda de ações".
"As operações ocorridas caracterizam tanto insider trading quanto manipulação de mercado, caracterizada no momento em que a empresa comprou praticamente a mesma quantidade de ações vendidas", diz Valporto.
Segundo uma fonte que trabalha com governança corporativa, de fato as operações "foram ilegais". Esta fonte citou o artigo 13 da Instrução CVM 358, que diz que, antes da divulgação ao mercado de ato ou fato relevante ocorrido nos negócios da empresa, é vedada a negociação de valores mobiliários pela própria companhia aberta e pelos acionistas controladores. A mesma vedação aplica-se a quem quer que tenha conhecimento de informação referente a ato ou fato relevante. Essa proibição vale também em relação aos acionistas controladores, sempre que estiverem em curso compras ou vendas de ações da empresa, diz o texto.
Desde fevereiro, está em vigor um plano de recompra de ações aprovado pelo conselho de administração da JBS. No total, em maio, a tesouraria da JBS adquiriu R$ 55,5 milhões em ações, entre os dias 17 e 22. O programa de recompra anunciado em fevereiro dava aval para a compra de até 151.844.207 ações ON em um prazo de 18 meses. Esse número de ações representa 5,56% do total, e 10% dos papéis em circulação no mercado. A vigência é de 08 de fevereiro a 08 de agosto de 2018. Ainda segundo comunicado da companhia, para a recompra, a companhia utiliza recursos das reservas de lucro e de capital.
Com relação às vendas por parte dos controladores, no total, os acionistas se desfizeram de R$ 155,288 milhões em ações em maio. Conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, em abril, os acionistas controladores haviam vendido R$ 328,5 milhões em ações da empresa.
Procurada, a JBS informou que "todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações".
12 de junho de 2017
diário do poder
DONOS DA JBS ACUSADOS DE USAR DELAÇÃO PARA MANIPULAR AÇÕES
Em 17 de maio, a tesouraria da JBS comprou R$ 35,6 milhões em ações da empresa. No mesmo dia, após o fechamento do pregão, notícias sobre a delação de Joesley e Wesley Batista vieram à tona. Contudo, enquanto a empresa comprava suas próprias ações, os acionistas controladores se desfaziam de papéis. As vendas em 17 de maio totalizaram R$ 35,114 milhões. Na véspera, dia 16, os controladores venderam R$ 9,957 milhões em ações da JBS.
O advogado da Associação de Acionistas Minoritários (Aidmin), Marcio Lobo, do escritório Jorge Lobo Advogados, afirma que as operações configuram crime de manipulação no mercado financeiro, uma vez que o controlador acabou segurando os preços das ações. "O crime de utilização de informação privilegiada é flagrante, não só com as operações no mercado de ações como também no cambial. Agora, esta nova informação mostra que também houve manipulação dos preços das ações", disse.
Aurélio Valporto, vice-presidente da Aidmin, avalia que os controladores usaram a JBS para "criar demanda, a fim de absorver a venda de ações".
"As operações ocorridas caracterizam tanto insider trading quanto manipulação de mercado, caracterizada no momento em que a empresa comprou praticamente a mesma quantidade de ações vendidas", diz Valporto.
Segundo uma fonte que trabalha com governança corporativa, de fato as operações "foram ilegais". Esta fonte citou o artigo 13 da Instrução CVM 358, que diz que, antes da divulgação ao mercado de ato ou fato relevante ocorrido nos negócios da empresa, é vedada a negociação de valores mobiliários pela própria companhia aberta e pelos acionistas controladores. A mesma vedação aplica-se a quem quer que tenha conhecimento de informação referente a ato ou fato relevante. Essa proibição vale também em relação aos acionistas controladores, sempre que estiverem em curso compras ou vendas de ações da empresa, diz o texto.
Desde fevereiro, está em vigor um plano de recompra de ações aprovado pelo conselho de administração da JBS. No total, em maio, a tesouraria da JBS adquiriu R$ 55,5 milhões em ações, entre os dias 17 e 22. O programa de recompra anunciado em fevereiro dava aval para a compra de até 151.844.207 ações ON em um prazo de 18 meses. Esse número de ações representa 5,56% do total, e 10% dos papéis em circulação no mercado. A vigência é de 08 de fevereiro a 08 de agosto de 2018. Ainda segundo comunicado da companhia, para a recompra, a companhia utiliza recursos das reservas de lucro e de capital.
Com relação às vendas por parte dos controladores, no total, os acionistas se desfizeram de R$ 155,288 milhões em ações em maio. Conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, em abril, os acionistas controladores haviam vendido R$ 328,5 milhões em ações da empresa.
Procurada, a JBS informou que "todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações".
12 de junho de 2017
diário do poder
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