KAKAY AFIRMA QUE HUMILHAÇÃO DE SUSPEITOS VIROU PENA ACESSÓRIA E DESUMANA
PARA KAKAY, SUPEREXPOSIÇÃO DE SUSPEITOS INDUZ PRÉ-JULGAMENTO
A superexposição e a espetacularização dos depoimentos de investigações brasileiras, pela mídia e por autoridades, foram alvos de crítica do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, um dos criminalistas mais requisitados de Brasília.
Ele se referia à divulgação em que Wagner Jordão, um dos acusados na Operação Calicute, do Rio de Janeiro, acusado de ser um dos operadores da quadrilha chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral, aparece chorando diante do juiz e suplicando prisão domiciliar e se queixando do "inferno" da prisão e das baratas e ratos que infestam sua cela.
“É óbvio que essa superexposição que se faz, principalmente pelos procuradores da Lava Jato... A imprensa tem o direito e o dever de divulgar, mas o juiz permitir e a Procuradoria fazer pré-julgamento, essa superexposição, levando a espetacularização e humilhação das pessoas, é uma pena acessória, é desumano e não leva a um combate correto do crime organizado.”
Kakay destaca que em outros países a exposição de algumas informações sobre uma denúncia antes mesmo do recebimento do processo, prática comum entre procuradores brasileiros, é visto com espanto. “Os procuradores de Portugal não quiseram acreditar e disseram que, se fosse em Lisboa, esses procuradores seriam presos pelo excesso [do uso] de mídia opressiva.”
Já na Suíça, por exemplo, acusados não podem ter fotos divulgadas na imprensa, que só são citados por meio das iniciais de seus nomes, afirma Kakay. O advogado cita ainda um caso em que um condenado, na Áustria, teve o direito de manter sua dignidade garantido por uma comissão europeia de direitos humanos, depois que um jornal austríaco fez pré-julgamento sobre o caso em que estava envolvido. “A pessoa disse que esse pré-julgamento era atentatória aos direitos humanos, aos direitos de dignidade do cidadão.”
PARA KAKAY, SUPEREXPOSIÇÃO DE SUSPEITOS INDUZ PRÉ-JULGAMENTO
ANTONIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO CITA PAÍSES ONDE A EXPOSIÇÃO DE SUSPEITOS NÃO É TOLERADA. |
A superexposição e a espetacularização dos depoimentos de investigações brasileiras, pela mídia e por autoridades, foram alvos de crítica do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, um dos criminalistas mais requisitados de Brasília.
Ele se referia à divulgação em que Wagner Jordão, um dos acusados na Operação Calicute, do Rio de Janeiro, acusado de ser um dos operadores da quadrilha chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral, aparece chorando diante do juiz e suplicando prisão domiciliar e se queixando do "inferno" da prisão e das baratas e ratos que infestam sua cela.
“É óbvio que essa superexposição que se faz, principalmente pelos procuradores da Lava Jato... A imprensa tem o direito e o dever de divulgar, mas o juiz permitir e a Procuradoria fazer pré-julgamento, essa superexposição, levando a espetacularização e humilhação das pessoas, é uma pena acessória, é desumano e não leva a um combate correto do crime organizado.”
Kakay destaca que em outros países a exposição de algumas informações sobre uma denúncia antes mesmo do recebimento do processo, prática comum entre procuradores brasileiros, é visto com espanto. “Os procuradores de Portugal não quiseram acreditar e disseram que, se fosse em Lisboa, esses procuradores seriam presos pelo excesso [do uso] de mídia opressiva.”
Já na Suíça, por exemplo, acusados não podem ter fotos divulgadas na imprensa, que só são citados por meio das iniciais de seus nomes, afirma Kakay. O advogado cita ainda um caso em que um condenado, na Áustria, teve o direito de manter sua dignidade garantido por uma comissão europeia de direitos humanos, depois que um jornal austríaco fez pré-julgamento sobre o caso em que estava envolvido. “A pessoa disse que esse pré-julgamento era atentatória aos direitos humanos, aos direitos de dignidade do cidadão.”
06 de maio de 2017
diário do poder
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