POR MAIS QUE TENTEM DESTRUÍ-LA, A LAVA JATO RESISTE E JÁ É VITORIOSA

Charge do Alpino (Yahoo Notícias)

Do intrincado e complexo jogo do poder não escapa ninguém que seja “renomado”. 

Com a Lava Jato. cheguei à seguinte conclusão: quanto mais “renomado”, mais comprometido com a teia dos podres poderes. 

É interessante como conhecimento se dissocia da ética e da humanidade quando está em jogo a necessidade de alimentar o próprio ego. Políticos se aferram ao poder sem qualquer pudor, sacrificam uma nação, defendem interesses individuais, mentem, corrompem… Há uma racionalidade perversa, narcisista, egóica. A autopreservação cede lugar à autodestruição. Não compreendem que não há humanidade sem ética!

O poder é fascinante para seres pouco desenvolvidos culturalmente mesmo sendo estes “muito inteligentes” oficialmente. 

Este contexto lembra o filme “Advogado do diabo”, com Al Pacino. A mensagem final do endiabrado sedutor de “egocêntricos juristas” é clara e objetiva: “A vaidade é definitivamente, o meu pecado favorito”.

GRANDE VITÓRIA – A Lava Jato já é vitoriosa. Por mais que tentem calá-la, matá-la por inanição, esta trouxe à tona o mundo inimaginável e monstruoso da desonestidade política, e racional no seu limite imoral. E por mais que tentem transformá-la em instrumento partidário, não conseguirão, seu feito histórico tornou-se baluarte da luta por uma sociedade mais justa; nisto se consolida.

A Lava Jato inspira voltar aos estudos de Conte-Sponville, na obra “Pequeno Tratado das Grandes Virtudes”, em que o autor define 18 grandes virtudes para que o ser humano possa viver humanamente. Todas se relacionam entre si, entretanto, na associação com a Lava Jato destacam-se: Temperança; Coragem, Justiça e Amor; estas quatro virtudes inspiram ações de resistência à maré desumanizante, contrária à preservação de uma sociedade saudável, justa e viável civilizatoriamente.

UMA NAÇÃO MELHOR – A Lava Jato, é resultado de tentativa de melhorar a sociedade (por mais que não seja perfeita), entretanto, retoma a capacidade de sonhar com uma nação melhor no sentido ético, o que remete às quatro virtudes citadas: Temperança, ou moderação, como capacidade de desfrutar do trabalho com bom senso (diga-se: sem ultrapassar os limites do direito do outro, como na corrupção); a Justiça, que visa o sentido da igualdade; o Amor, que resume todas as virtudes, está relacionado à moral, ao dever e à lei.

Deixo a Coragem por último em homenagem à equipe Lava Jato, que vive em meio às intempéries e bombardeios de toda espécie, por todos os lados e que ainda assim, corajosamente continua de pé, nadando contra a correnteza dos poderosos de A a Z, trazendo a esperança usurpada por ideologias variadas, institucionalizadas, cristalizadas em um modelo arcaico cimentado, indigente, injusto e decadente de se fazer política.

31 de maio de 2017

Silvia Zanolla