A iminente delação de Antônio Palocci não provoca calafrios apenas no mundo político. Banqueiros e empresários de renome estão preocupados com o que o ex-ministro pode contar à Lava Jato e a outras operações, como a Zelotes. Palocci foi o petista mais próximo dos donos do dinheiro. Em 2002, ajudou a acalmar o mercado para a chegada do partido ao poder. Idealizou a “Carta ao Povo Brasileiro”, na qual Lula se comprometeu com a responsabilidade fiscal e o controle da inflação. A receita deu certo, e o médico foi nomeado ministro da Fazenda.
No cargo, Palocci ampliou os laços com a elite do capitalismo brasileiro. Chegou a sonhar com a Presidência, mas foi abatido no escândalo do caseiro. Voltaria ao Planalto no início de 2011, como chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff.
“CONSULTORIA” – A nova temporada no poder não durou um semestre. Em maio, a Folha revelou que o petista havia multiplicado o patrimônio por 20 com uma consultoria de pouca visibilidade e muito sucesso. Ele caiu, mas se recusou a abrir a lista de clientes.
O segredo começou a ser desfeito em setembro passado, quando a Lava Jato prendeu Palocci e começou a abrir sua caixa-preta —ou caixa-forte, a julgar pelos valores envolvidos.
Numa das frentes de investigação, descobriu-se que a consultoria do ex-ministro recebeu R$ 81,3 milhões de 47 empresas. A lista inclui bancos, seguradoras, imobiliárias e montadoras de veículos. É uma clientela ampla, que teve milhões de motivos para bater na porta do petista.
BANDEIRA DE DÓRIA – João Doria encerrou um discurso nesta segunda, em Nova York, com a seguinte frase: “Minha bandeira não é vermelha. É verde e amarela”.
Em 1989, outro presidenciável encerrou um debate pedindo um “não definitivo à bandeira vermelha”. “Vamos dar sim à nossa bandeira. A bandeira do Brasil. A bandeira verde, amarela, azul e branca”, pregou.
O candidato era Fernando Collor (Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)
19 de maio de 2017
Bernardo Mello Franco
Folha
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