A cúpula do PT não acredita mais na possibilidade de o ex-presidente Lula chegar a agosto de 2018, quando ocorre o registro de candidaturas, sem condenação colegiada que o deixe inelegível. Creem que o petista deve ser sentenciado por Sergio Moro em até quatro meses. O Tribunal Regional Federal leva, em média, só 120 dias para analisar recurso — e mantém ou amplia a pena em 70% das decisões do juiz. Para que ele dispute o Planalto, a sigla aposta em liminar a ser obtida no Supremo Tribunal Federal ou no Superior Tribunal de Justiça.
Trecho do artigo 26 da Lei da Ficha Limpa prevê que tribunais superiores podem suspender a inelegibilidade por liminar, se considerarem o recurso do réu plausível. O PT quer manter Lula em alta nas pesquisas até lá, para ter os números como instrumento de pressão.
ÚLTIMA QUE MORRE – Os petistas ainda têm esperanças de que Antonio Palocci não faça delação premiada, ou ao menos poupe o partido, apesar dos enfáticos sinais em sentido contrário. A sigla deve enviar emissário para medir a temperatura do ex-ministro em Curitiba.
E a esquerda aguarda com expectativa os atos marcados para o dia 28. Se os protestos contra as reformas do governo Michel Temer forem grandes, avaliam, o ambiente de atuação de Lula tende a melhorar.
O governo repetirá sob os holofotes o discurso de que os atos são democráticos. Nos bastidores, porém, trabalhará para desmobilizar categorias como professores, policiais e trabalhadores rurais, bradando as mudanças no texto da reforma da Previdência.
FALTAM VOTOS – Mesmo em um cenário otimista, a articulação política do governo contava, no fim da semana, com um deficit de pelo menos 30 votos para aprovar a reforma na Câmara.
E a exemplo do Planalto, o PSDB na Câmara montou força-tarefa para acompanhar postagens nas redes sobre as reformas trabalhista e previdenciária. Quer medir o grau de informação dos internautas e antecipar eventuais mobilizações.
A OAB de São Paulo vai engrossar os protestos contra a reforma trabalhista. Fará, nesta terça-feira (25), ato para criticar a Câmara pela aprovação do regime de urgência da proposta.
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL – Às vésperas da votação da reforma trabalhista, a direção da Força Sindical enviou carta aos deputados afirmando que, se aprovarem o fim da contribuição obrigatória aos sindicatos, darão “um tiro no pé”.
A Força afirma que só a CUT, ligada ao PT, tem fontes de financiamento alternativas. “Sua espinha dorsal há anos não depende do imposto”, dizem. O fim da contribuição, concluem, debilitaria apenas as “centrais abertas ao diálogo” com o governo Michel Temer.
25 de abril de 2017
Deu no Painel da Folha
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