"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 6 de março de 2017

JORNAIS E REVISTAS ENFRENTAM UMA FASE DE PERPLEXIDADE, POR CAUSA DE INTERNET


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Charge do Rice, reproduzida do Arquivo Google
É grave a crise. Mas os jornais e revistas não vão acabar. Estará sempre reservado à imprensa escrita um lugar entre os meios de comunicação,  mas o fato concreto é que a investida da internet está sendo devastadora. Todas as grandes empresas da imprensa escrita estão em dificuldades. Os editores ficam perplexos, porque o faturamento cai, as vendas diminuem, as sucursais são fechadas, o desemprego de jornalistas e técnicos de apoio é progressivo, ninguém sabe como escapar da crise, e então surgem as soluções milagrosas, que mais parecem ideia de jerico.
CORTANDO CUSTOS – Em todos os grandes jornais e revistas, a realidade é a busca de otimização e corte de cortes. E como não se consegue nada em matéria de otimização, o remédio é cortar custos. É isso que está acontecendo.
Recentemente, um amigo perguntou a João Roberto Marinho sobre a crise em O Globo. E ele respondeu: “Esqueça O Globo, hoje nós só raciocinamos em termos de Infoglobo”.  Se assim é, deveriam cuidar melhor o site do jornal. Entre todos os concorrentes da imprensa escrita, o site de O Globo é mais lerdo, chega a ser enervante, sem comparação com os demais. O motivo é patético. O site é pesadíssimo porque carrega dentro dele toda a programação da TV Globo e dos canais Globosat. E qual é o objetivo dessa estratégia? Não sei. Mas deve ser para as pessoas assistirem TV no computador. Então, é melhor deixar isso para um site da Globo e acelerar o acesso ao site do jornal.
NOTÍCIAS VELHAS – Os outros portais também deixam a desejar, O Estadão tinha o melhor deles. Fez uma reforma, o site ficou pior e não tem atualização. As matérias permanecessem por dias na primeira página, completamente superadas, às vezes têm chamadas repetidas, isso também acontece no Globo. Na terça-feira passada, dia 28, por exemplo, uma das matérias principais anunciava que o ministro Padilha ia ser operado, mas isso já tinha acontecido no dia anterior.
A Folha também reformou seu portal há alguns meses e ficou pior. Tem coisas inexplicáveis. Há meses, a primeira página da cobertura política “Poder” mantém uma chamada curiosa : “Conheça todos os ministros desde a redemocratização”.  Mas a quem isso interessa?
O mais intrigante é que os jornais estão criando estações internas de TV, que fazem um jornalismo mambembe e sem importância. Melhor fariam se investissem na atividade-fim, aprimorando suas edições com uma cobertura de alto nível, que obrigue o jornal a ser lido não apenas por quem pretende se informar, mas também por quem deseja entender o que está havendo (até porque a informação original já foi dada pela TV, pelo rádio e pela internet, praticamente em tempo real, retransmitida pela internet, e já não basta ao jornal apenas repeti-la no dia seguinte, como se ninguém soubesse, conforme era a prática antigamente).
BALANÇO DE FEVEREIRO – Como sempre fazemos no início de cada mês, agradecemos as contribuições que nos possibilitam manter esse espaço livre na internet, no qual todas as tendências ideológicas podem se manifestar com total liberdade, em busca da utopia de um jornalismo independente, que tem consagrado a Tribuna da Internet como um dos blogs mais importante do país e com expressiva leitura no exterior. É claro que a maior parte desses leitores que nos acessam lá fora é formada por diplomatas, em busca de informações políticas e econômicas sem filtro, digamos assim. Devem ter gostado do furo do José Carlos Werneck, o primeiro a anunciar Aloysio Nunes como novo chanceler.
Em fevereiro, por exemplo, fomos lidos em 112 países, inclusive em nações que nem sabíamos que existem, como Bonaire, Saint Eustatius e Saba, que em 2010 foram desmembrados das Antilhas Neerlandesas, segundo conferimos na Wikipédia. No mês de janeiro, tinham sido 118 países, entre eles Saint Kitts e Nevis, também no Caribe. Nada mal.

06 de março de 2017
Carlos Newton

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