O sapo pediu ao urubu para entrar na sua viola e voar com ele para o céu, onde haveria uma festa de arromba. O batráquio divertiu-se como nunca, a ponto de não perceber que a festa estava acabando e o urubu já tinha descido. Não teve outro remédio senão pular, arrebentando-se todo aqui em baixo.
A fábula se conta a propósito do PT. Foi para as alturas, esbaldou-se e festejou sua intimidade com o poder. Fez de tudo em matéria de corrupção, como se fosse o dono da festa. Só que agora se vê sozinho, sem poder retornar às suas bases. O urubu não vai voltar para resgatá-lo. Não tem outra saída a não ser o pulo.
O PT já teve 72 deputados federais, agora possui 57 e quantos conseguirá eleger em 2018?
CANDIDATURA – Tudo depende do Lula. Sendo candidato e conseguindo superar a rejeição que o envolve, certamente contribuirá para a permanência do partido entre os maiores do Congresso, ainda que não mais o primeiro. Mas se for alijado da disputa por conta da Operação Lava Jato, deixará o PT sem pai nem mãe. Como também sem urubu capaz de levá-lo aos sindicatos ou mesmo a outra festa no céu.
O partido que já foi dos trabalhadores não tem como chegar a eles, sequer para evitar as reformas previdenciária e trabalhista. Não se tem notícia de qualquer campanha petista contra as reformas celeradas propostas pelo governo Michel Temer. Muito menos de sua aliança com as centrais sindicais. O desemprego de 13 milhões de trabalhadores parece não lhe dizer respeito. A festa no céu acabou mesmo.
06 de março de 2017
Carlos Chagas
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