Em depoimento ao juiz Sérgio Moro na manhã desta segunda-feira, o executivo da Odebrecht Fernando Sampaio Barbosa disse que o codinome “italiano” se referia ao ex-ministro Antonio Palocci. Barbosa, que foi arrolado como testemunha de defesa de Marcelo Odebrecht, confirmou a informação ao ser perguntado por Moro. “A gente sabia que o ‘Italiano’ era o Palocci” — afirmou o executivo Fernando Sampaio Barbosa por meio de vídeoconferência de São Paulo.
O magistrado então retrucou: “A gente sabia quem?” — indagou Moro. Barbosa respondeu que tinha sido informado por Márcio Faria, ex-diretor da empresa: “Eu sabia. Eu tinha sido informado pelo Márcio Faria”.
NA PLANILHA – Nas investigações da Lava-Jato, o apelido “italiano” aparece numa das planilhas apreendidas no setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, mais conhecido como departamento de propina. Para a Lava-Jato, todos os recursos movimentados na planilha italiano eram direcionados ao PT e alcançavam R$ 128 milhões, entre 2008 e 2013.
Após a saída de Palocci do ministério, a função de Palocci teria sido assumida por Guido Mantega, que segundo afirmam os procuradores, aparece nas planilhas da empreiteira como “Pós-Italiano”.
Ao fim do depoimento, a defesa de Palocci quis saber novamente como Fernando Barbosa sabia que o ex-ministro era o “italiano”, uma vez que não o conhece e nunca esteve com ele. “Eu ouvi dizer por colegas da empresa” – disse o executivo.
ASSESSOR DE PALOCCI – A defesa de Palocci quis saber ainda se ele conhecia Branislav Kontic, ex-assessor do ministro, que estava presente na audiência e é réu na ação. “O Brani, o senhor conhece?” – perguntou o advogado.
“Não conheço” – disse o executivo.
Neste processo, o empreiteiro é réu na Lava-Jato por corrupção ativa. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal por supostamente ter oferecido propina ao ex-ministro Antonio Palocci para beneficiar a empreiteira por meio de decisões de governo. De acordo com a investigação, Palocci fez uso do cargo de ministro da Fazenda para influenciar na aprovação de Medidas Provisórias que concederam benefícios ficais à empreiteira. O ex-ministro nega as acusações.
Dentre as irregularidades apontadas pelo MPF, Odebrecht também teria pago propina a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, para que a estatal contratasse o estaleiro Enseada Paraguaçu, do qual a empreiteira era uma das proprietárias. Após negar inicialmente as acusações, o empresário mudou sua estratégia de defesa e decidiu fazer acordo de delação premiada.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nas mãos o juiz Sérgio Moro, as coisas realmente andam, tudo se aclara. Enquanto isso, no Supremo... (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nas mãos o juiz Sérgio Moro, as coisas realmente andam, tudo se aclara. Enquanto isso, no Supremo... (C.N.)
06 de março de 2017
Gustavo Schmitt
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