O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o governo fez indicação para um cargo importante do Executivo em troca de apoio político no Congresso Nacional. Ele detalhou em um evento da Caixa Econômica Federal, na semana passada, em Brasília, como foi feita a escolha do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP).
O áudio foi publicado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Padilha afirma que o governo inicialmente queria indicar apenas pessoas com reconhecimento na área de seu ministério, mas a necessidade de apoio político no Congresso fez a situação mudar.
“Lembram que quando começou a montagem do governo diziam: ‘Não, mas queremos nomear só ministros que são distinguidos na sua profissão em todo Brasil, reconhecido, os chamados notáveis. Aí nós ensaiamos…”, diz Padilha.
MÉDICO FAMOSO – Aí nós ensaiamos uma conversa de convidar um médico famoso em São Paulo, até se propagou. Ele ia ser ministro da Saúde. Aí nós fomos conversar com o PP: ‘O ministério da Saúde é de vocês, mas gostaríamos de ter um ministro da saúde’. ‘Tá, o senhor nos dê um tempo para pensar e tal’. Depois eles mandaram o recado por mim: ‘Diz para o presidente que o nosso notável é o deputado Ricardo Barros’.”
O ministro conta que foi falar com o presidente Temer e disse que não havia alternativa, “porque o nosso objetivo era nisso aqui. Nosso objetivo era chegar nos 88% [de apoio no Congresso]. Até chegamos mais do que a gente imaginava, mas a gente queria ter uma base consistente. Muito bem, vamos conversar. ‘Vocês garantem todos os nomes do partido em todas as votações?’. ‘Garantimos’. ‘Então o Ricardo será o notável’”.
O ministro deu a declaração em uma palestra para funcionários da Caixa Econômica Federal. O presidente Michel Temer participou apenas da abertura do evento.
É NORMAL, DIZ ELISEU- Em nota, o ministro Eliseu Padilha afirmou que é “normal” que a base do governo seja formada com a participação no governo dos partidos que a integram.
Leia abaixo a íntegra da nota:
“Em todas as democracias do mundo é normal a constituição da base de sustentação pluripartidária com a participação dos partidos membros nos cargos de governo. É o caso! O PP é um dos partidos da base de sustentação do governo.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É impressionante como um ministro abre a boca para confessar uma barbaridade dessa gravidade. E depois ainda diz que isso é normal na democracia. Com amigos como Padilha, o presidente Temer nem precisa de inimigos. Pena que Padilha seja indemissível. Ou imexível, como diria o filólogo Rogério Magri. Quando um presidente não tem força para demitir um ministro, é melhor pedir o boné e ir cuidar da mulher e do herdeiro. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É impressionante como um ministro abre a boca para confessar uma barbaridade dessa gravidade. E depois ainda diz que isso é normal na democracia. Com amigos como Padilha, o presidente Temer nem precisa de inimigos. Pena que Padilha seja indemissível. Ou imexível, como diria o filólogo Rogério Magri. Quando um presidente não tem força para demitir um ministro, é melhor pedir o boné e ir cuidar da mulher e do herdeiro. (C.N.)
15 de fevereiro de 2017
Deu no G1
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