Caçula de Lula e Marisa, ele promoveu entre 2012 e 2015 o Torneio Touchdown, que reunia cerca de 20 equipes de futebol americano. A informação sobre a contratação do orientador foi dada pelo ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar, pessoa na empresa que era a principal responsável por atender demandas ligadas ao petista.
A empreiteira contratou um profissional de fora de seus quadros e o pagou. Alexandrino relata o caso como um dos diversos serviços que a Odebrecht prestou ao ex-presidente.
OUTROS “FAVORES” – No pacote elencado pelo ex-executivo também estão detalhes da reforma do sítio de Atibaia frequentado pela família Lula.
Além disso, outros favores da empresa ao petista são a construção do estádio do Corinthians – descrita como um “presente” para o ex-presidente – e a compra de um terreno para ser a nova sede do Instituto Lula.
Além disso, outros favores da empresa ao petista são a construção do estádio do Corinthians – descrita como um “presente” para o ex-presidente – e a compra de um terreno para ser a nova sede do Instituto Lula.
A informação referente à contratação do orientador de carreiras para Luís Cláudio foi decisiva para que Alexandrino conseguisse fechar seu acordo de delação com os procuradores da Lava Jato.
Na primeira entrevista que teve com representantes da PGR (Procuradoria-Geral da República) e da força-tarefa de Curitiba, a sua colaboração havia sido recusada.
ESTAVA SE OMITINDO – A avaliação dos investigadores no primeiro encontro era de que Alexandrino estava poupando o petista e escondendo informações para protegê-lo. Pressionado, ele trouxe novos relatos. O depoimento do ex-executivo foi realizado em novembro em Campinas (SP) e durou mais de dez horas.
Formado em educação física, Luís Cláudio trabalhou como auxiliar de treinamento nos grandes clubes paulistas: Palmeiras, São Paulo, Santos e Corinthians.
Entre as funções que exercia estava colocar nos gramados pequenos cones que balizam os exercícios dos jogadores. Foi ajudante do técnico Vanderlei Luxemburgo.
Entre as funções que exercia estava colocar nos gramados pequenos cones que balizam os exercícios dos jogadores. Foi ajudante do técnico Vanderlei Luxemburgo.
Em 2011, abandonou os gramados e fundou a LFT Marketing Esportivo, tendo como primeiro cliente o Corinthians, na época presidido por Andrés Sanchez, hoje deputado federal pelo PT. O filho do ex-presidente Lula recebeu cerca de R$ 500 mil entre 2011 e 2013 sem ter desempenhado função no clube, segundo relatos de funcionários do time, entre eles o então o diretor de marketing, Luis Paulo Rosenberg.
GRANDES PATROCINADORES – Apesar de amadores, os torneios de futebol americano da empresa do filho do ex-presidente tinham grandes empresas como patrocinadoras, entre elas TNT, Budweiser, Tigre, Sustenta Energia (grupo JHSF), Qualicorp, GOL e Caoa Hyundai.
A Caoa é investigada por ter contratado o escritório de lobby Marcondes & Mautoni para obter extensão da desoneração fiscal por meio de medida provisória.
Na época, o escritório contratou a LFT, de Luís Cláudio, por R$ 2,5 milhões para uma consultoria na área de marketing esportivo.
O estudo feito pela LFT era um compêndio de informações tiradas de sites, o que levou à suspeita de que o pagamento ao filho de Lula seria uma forma de comprar influência junto ao governo. Luís Cláudio nega e diz que a consultoria foi realizada.
Na época, o escritório contratou a LFT, de Luís Cláudio, por R$ 2,5 milhões para uma consultoria na área de marketing esportivo.
O estudo feito pela LFT era um compêndio de informações tiradas de sites, o que levou à suspeita de que o pagamento ao filho de Lula seria uma forma de comprar influência junto ao governo. Luís Cláudio nega e diz que a consultoria foi realizada.
Em 2016, o campeonato Touchdown deixou de ser realizado. Depois que Luís Cláudio foi alvo da Zelotes, em outubro de 2015, o torneio perdeu patrocinadores e os times decidiram atuar em outra liga.
OUTRO LADO – Questionado sobre se houve a contratação de um orientador profissional pago pela Odebrecht para dar assistência a Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, o Instituto Lula disse, em nota, que a reportagem da Folha se baseia “em suposta delação para obtenção de benefícios judiciais que deveria estar sob sigilo, sem apresentar transcrição, documento, contexto, época do ocorrido ou qualquer informação básica que permita até compreender o que está sendo perguntado pela reportagem”.
O advogado de Luís Cláudio não respondeu os questionamentos da reportagem. E a Odebrecht afirmou que não se manifesta sobre depoimentos das pessoas físicas. “A empresa reafirma que segue cooperando com as autoridades e tem avançado na adoção de medidas para aprimorar seu sistema de conformidade.” Diz que todos os integrantes devem “combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas”.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Este é o país da piada pronta. A Odebrecht era a empresa mais corrupta do planeta. Sabendo disso, Lula coloca o filho mais novo para ser instruído pelos executivos da empreiteira. Será que Lula pensou que esse curso intensivo iria formar um novo Ronaldo Fenômeno na área empresarial? O resultado é que, agora, pai e filho estão juntos como réus da Operação Zelotes. (C.N.)
19 de fevereiro de 2017
Wálter Nunes, Fábio Zanini e Bela Megale
Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário