Rocha divulgou a nota oficial que é uma confissão de culpa |
A Polícia Federal informou que enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) as transcrições de conversas gravadas do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero com autoridades do governo federal.
O teor de uma das transcrições foi confirmado nesta terça-feira (29) pelo secretário de Assuntos Jurídicos da Presidência da República, Gustavo Rocha.
“O que eu falei foi aquilo mesmo que você viu”, disse Rocha à Agência Brasil, após consultar a transcrição no celular de uma pessoa que estava em seu gabinete no Palácio do Planalto.
Na transcrição, Gustavo Rocha diz a Calero que irá protocolar um recurso no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Calero responde que conversou com o presidente Michel Temer e acrescenta que não quer “se meter nessa história”.
Rocha diz, então, que o presidente o orientou a encaminhar o caso para a Advocacia-Geral da União (AGU). Calero diz que fará “uma reflexão” e muda de assunto.
NOTA COMPROMETEDORA
A Casa Civil divulgou nesta terça nota na qual Rocha explica que, na conversa com Calero, teria dito que encaminharia recurso ao Iphan, de autoria de outro advogado, que fora “deixado equivocadamente” em seu gabinete.
Ele acrescenta ainda: “O ministro havia dito que não tomaria nenhuma decisão, mesmo tendo competência para isso.
Por isso, usei a expressão ‘dando entrada.’ Contudo, jamais se deu seguimento a tal ação, já que o recurso foi devolvido a seu autor”.
Marcelo Calero pediu demissão no último dia 18 e deu entrevista alegando que sofreu pressão por parte do então ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Na última sexta-feira (25), Geddel entregou ao presidente Michel Temer carta de demissão onde diz que “avolumaram-se as críticas” contra ele e que, diante da dimensão das interpretações dadas, pedia desculpas aos que estavam sendo por elas alcançados.
Na semana passada, por meio do porta-voz do Palácio do Planalto, Alexandre Parola, o presidente Michel Temer disse que tentou “arbitrar” o conflito entre Calero e Geddel, sugerindo que fosse procurada a AGU.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Há um equívoco no texto. Gustavo Rocha não é assessor da Presidência, e sim da Casa Civil. Mas o importante mesmo é a nota oficial da Casa Civil, que é totalmente comprometedora, uma verdadeira confissão de culpa.
Não foi à toa que Eliseu Padilha passou mal no Planalto e teve de ir para casa.
O texto alega que o recurso mencionado não era da Secretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, mas de “um advogado”, e que fora “deixado equivocadamente” no gabinete de Rocha.
Que história maluca é essa? Quer dizer que Rocha ia dar entrada a um recurso de terceiros? E ainda tinha feito uma cópia para protocolar o recurso também no Ministério da Cultura, conforme está registrado na gravação?
Ora, isso significa crime de advocacia administrativa.
E se era um “recurso” contra o Iphan, isso significa que a Casa Civil também estava a serviço da imobiliária defendida por Geddel.
Afinal, o que o advogado da imobiliária estava fazendo na Secretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, no 4º andar do Palácio do Planalto, com o recurso na mão, a ponto de esquecê-lo na mesa de Gustavo Rocha, que logo fez cópias para protocolar duplamente.
Portanto, a nota oficial exibe duas realidades incontestáveis 1) a Casa Civil atuou junto com Geddel para liberar o prédio embargado;
2) o assessor Gustavo Rocha é um completo idiota. Aliás, parece inacreditável que tenha sido nomeado para um cargo de tamanha relevância no Planalto. (C.N.)
30 de novembro de 2016
Deu na Agência Brasil
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