"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

PT COMEMORA PRISÃO DE CUNHA, MAS APONTA LADO NEGATIVO. DIAS SOMBRIOS APROXIMAM-SE DE LULA.

MORO ESTARIA LIVRE PARA PARTIR PARA CIMA DO EX-PRESIDENTE LULA

PETISTAS AVALIAM QUE, AO PRENDER CUNHA, MORO ESTARIA LIVRE PARA PARTIR PARA CIMA DO EX-PRESIDENTE (FOTO: EDILSON RODRIGUES/ AG SENADO)

Líderes do PT comemoraram na quarta-feira, 19, a possibilidade de que a prisão do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) esteja atrelada a uma delação premiada que provocaria forte abalo no governo Michel Temer. A prisão, no entanto, não é apenas motivo de comemoração. Em conversas reservadas, petistas avaliam que, ao prender um dos líderes do impeachment, o juiz Sérgio Moro estaria livre para partir para cima do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, réu na Operação Lava Jato.

“Não se tripudia em cima desta situação”, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um dos vice-presidentes do partido. “Me parece que foi pactuada esta prisão, quase voluntária. Todo o rito mostra que foi pactuada com uma delação”, completou o deputado paulista.

Em vídeo publicado na internet, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que uma delação de Cunha não deixaria “pedra sobre pedra” no governo do presidente Michel Temer.

“Espero, sinceramente, que ele fale, porque uma delação de Eduardo Cunha não deixa pedra sobre pedra deste governo de Temer e seus ministros. Demorou, mas saiu. E quero saber dos próximos passos”, afirmou o senador no vídeo.

Sob a condição de anonimato, porém, petistas apontam os lados negativos para o partido da decisão de Moro. Um deles é o enfraquecimento do discurso do PT de que o juiz da Lava Jato é seletivo e prende apenas os envolvidos na investigação de corrupção na Petrobrás que sejam ligados ao PT.

Críticas

Essas críticas se intensificaram durante a semana com artigos publicados em jornais e a reação de setores da sociedade à possibilidade de prisão de Lula. Essa avaliação é feita mais com base em opiniões pessoais do que em informações concretas.

Para alguns petistas, a prisão de Cunha é “uma resposta de Moro às críticas” que passou a ser alvo de ataques de setores que defenderam o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff e hoje “não existem mais motivos do que existia anteontem”.

Núcleo político


Alguns líderes do PT avaliam que a ação contra o ex-presidente da Câmara pode ser o início de uma nova dimensão da Lava Jato, agora voltada para o topo do núcleo político que comandou o esquema de corrupção na Petrobrás.

Em função das dúvidas e para não melindrar Cunha, o partido decidiu não se manifestar oficialmente sobre a prisão do deputado cassado. Procurado, o presidente do PT, Rui Falcão, não quis comentar o assunto.

O ex-ministro da Justiça e ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro manteve o discurso da seletividade da Lava Jato ao apontar a demora para a ação contra Cunha.

“Não me surpreende, o que me surpreendeu foi a demora, partindo dos critérios utilizados para as demais prisões”, disse Tarso Genro.

Para Paulo Teixeira, a investida contra Cunha “eram favas contadas” e o fato não deve causar preocupação a Lula.

“Quem tem que ficar preocupado agora não é Lula. Não existem provas contra ele. Quem deve ficar preocupado é o governo Temer e o PMDB”, afirmou o deputado paulista. (AE)


20 de outubro de 2016
diário do poder

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