Se não renunciar, Cunha será cassado pelo plenário, sem a menor dúvida
A operação deflagrada na sexta-feira sobre esquema de desvio de recurso do FGTS, na qual Cunha é um dos principais suspeitos, minou ainda mais as suas já frágeis possibilidades de salvar-se.
Afastado das funções há quase dois meses por decisão unânime do Supremo Tribunal Federal, Cunha havia conseguido nos últimos dias obter sinais de auxílio do Planalto, o que incluiu um encontro a sós com o presidente interino, Michel Temer.
VOTOS DO PSDB – Desde então foram intensificadas as articulações para tentar pressionar o PSDB a lhe garantir os votos necessários na CCJ. A comissão, que começa a analisar na quarta-feira o recurso, tem 66 integrantes. Calcula-se que o peemedebista tenha de 25 a 27 dos votos. São sete os tucanos titulares na comissão.
Para a cúpula do PSDB, há interesse em blindar o peemedebista a partir do temor sobre uma possível delação premiada dele e dos efeitos disso sobre integrantes do partido. Mas, para os deputados que integram a comissão, não há a menor hipótese de acordo com Cunha.
Para que um acordo desse certo, então, seria preciso que a cúpula do PSDB trocasse seus integrantes no colegiado, ação considerada impensável hoje no partido.
TENDÊNCIA DE CASSAÇÃO – O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), disse desconhecer qualquer tipo de acordo e que há uma tendência forte de cassação do deputado. “Assim como no conselho, não há por parte do partido uma orientação aos deputados. Eles são livres para votarem conforme suas convicções.”
“A posição de todos é pela rejeição desse recurso e pela cassação, sem exceção. Rechaçaremos qualquer tipo de afirmativa que venha de ordem contrária”, afirmou o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), integrante da CCJ e do Conselho de Ética.
DECISÃO NO PLENÁRIO – O parlamentar contou que, no grupo de WhatsApp dos tucanos na CCJ –entre titulares e suplentes, são 13 deputados– é unânime a posição de levar o processo contra o peemedebista logo ao plenário.
Caso não sofra mudança na CCJ, o caso de Cunha fica pronto para votação aberta no plenário, o que deve ocorrer na segunda quinzena de julho ou no início de agosto.
A avaliação entre deputados é a de que Cunha será cassado com folga. Para isso, é preciso do voto de pelo menos 257 dos seus 512 colegas.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Eduardo Cunha está na mesma situação de Dilma Rousseff. O deputado afastado não tem a menor condição de evitar a cassação, assim como a presidente afastada não tem como se livrar do impeachment. É só um a questão de tempo. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Eduardo Cunha está na mesma situação de Dilma Rousseff. O deputado afastado não tem a menor condição de evitar a cassação, assim como a presidente afastada não tem como se livrar do impeachment. É só um a questão de tempo. (C.N.)
04 de julho de 2016
Ranier Bragon e Débora Álvares
Folha
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