"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

POLÍTICOS NÃO SABEM FAZER DISTINÇÃO ENTRE O PATRIMÔNIO PÚBLICO E O PRIVADO




Eduardo Cunha se tornou especialista em patrimonialismo


















As diferentes Constituições brasileiras, as elaboradas por constituintes ou impostas pelo autoritarismo, têm um consenso: o Estado burocrático e patrimonialista é intocável. O notável escritor latino-americano Otávio Paz definiu que “patrimonialismo é a vida privada incrustada na vida pública”.
No Brasil, o patrimonialismo é secular. Muito bem definido pelo jurista e historiador Raymundo Faoro em “Os Donos do Poder”, ele demonstra que na herança ibérica, ao lançarem as bases para a formação do Estado tutor, “o governo tudo sabe, administra e provê, distribuindo riqueza e qualificando os opulentos.”
Na mesma perspectiva, o historiador Sérgio Buarque de Holanda, em “Raízes do Brasil”, comprova que o patrimonialismo brasileiro tem profunda resistência à meritocracia e impessoalidade na administração da gestão pública.
Certamente havia lido “Economia e Sociedade” de Max Weber, adaptando o seu pensamento à realidade brasileira, mas jamais pensaria que a situação chegasse ao ponto em que se encontra agora.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como diria o jornalista e humorista AparicioTorelly, o Barão de Itararé, nosso vizinho na República das Laranjeiras, há muitos políticos que deveriam deixar a vida pública para entrar na privada(C.N.)

04 de julho de 2016
Sebastião Nery

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Os políticos "não sabem", mas qualquer cidadão, mesmo que analfabeto, distingue claramente o que seja público do que é privado. 
Vai nisso apenas a consagração secular da impunidade, promovida por um sistema de privilégios, como a notória excrescência do "forum privilegiado".
O país inteiro se pergunta: 'forum privilegiado' para bandidos que assaltam o país??
Sim! A casta dita 'política', uma péssima designação para um 'ajuntamento' que absolutamente nada tem a ver com POLÍTICA no seu sentido maior, classicamente definida, compõe-se de homens - com as raras exceções - que apenas transformam a prática de gestão da 'res publica' em mera arte de locupletação e apropriação dos bens públicos, através da corrupção e do suborno.
Não começou com esse 'partido-espantalho' da ética. Já temos alguma tradição, nunca, no entanto, de proporções tão agigantadas.
Não posso deixar de responsabilizar o PT/PMDB como os responsáveis pelo descalabro vergonhoso a que chegamos.
Escândalos após escândalos se sucedem. 
O país assiste ao espetáculo dramático do desgoverno deixado como herança ao 'interino', que ainda refém de um Congresso, que já não possui qualquer representatividade, caminha aos tropeços entre pedregulhos e lama que atravancam a sofrida governabilidade...
E o Brasil continua esperando soluções que exterminem o câncer e suas metástases que o colocam nas piores estatísticas internacionais.
Pegando o gancho no humor do Aparício Torelly, essa casta de políticos deveria ser lançada na privada com outros excrementos semelhantes.
m.americo

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