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Discurso histórico do ex-presidente Fernando Collor de Melo no uso da tribuna no senado federal ao ...
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Discurso histórico do ex-presidente Fernando Collor de Melo no uso da tribuna no senado federal ao ...Alvo de processo de impeachment em 1992, o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) usou os 15 minutos que teve direito para relembrar seu processo de impeachment, fazer críticas ao sistema presidencialista, a própria lei do impeachment e ao governo de Dilma Rousseff, mas continuou a deixar em suspense qual será o seu voto sobre o encaminhamento do julgamento da presidente.
“Ruínas de um governo”. Foi assim, que o ex-presidente começou seu discurso. A expressão, esclareceu o próprio Collor, foi tirado do documento que pediu o seu impedimento e se referia a texto do jurista Rui Barbosa.
“Em 1992 bastaram menos de quatro meses entre a denúncia e a decisão de renunciar. No atual, já foram oito meses, e podem ser mais seis até o final. O rito é o mesmo, o rigor, não. O parecer que hoje discutimos possui 128 páginas, o mesmo parecer de 1992 continha meia página, com apenas dois parágrafos. Em 1992 fui instado a renunciar, na suposição de que as acusações fossem verdadeiras. Me utilizei de advogados particulares, dois anos depois fui absolvido de todas as acusações no Supremo Tribunal Federal”, afirmou.
CRÍTICAS A DILMA
Collor criticou duramente o governo do PT e disse até que chegou a alertar a presidente sobre o risco de impeachment.
“Constatamos que o maior crime de responsabilidade está na irresponsabilidade pelo desleixo com a política, pelo desleixo com a economia de um país, no aparelhamento do estado que o torna inchado. Nas obstruções de ações da Justiça. É crime de responsabilidade a irresponsabilidade com o país. Não foi por falta de aviso. Falei dos erros da economia, da excessiva intervenção estatal, da falta de diálogo com o parlamento. Nas minhas poucas oportunidades com a presidente, sugeri uma reconciliação com seu governo e com a classe política. Alertei sobre a possibilidade de impeachment”.
LEI DO IMPEACHMENT
Collor aproveitou para criticar a lei 1079/50, que estabelece o impeachment e afirmou que parte dos problemas e da instabilidade política do Brasil é fruto do sistema presidencialista – para Collor, o parlamentarismo é a alternativa.
“Não existe fórmula mágica dentro do nosso presidencialismo. Ainda mais com uma lei nos moldes da 1079, a ressurrecta [que ressurgiu], que dá margem às permanentes ameaças a qualquer governo. Não há como recuperar esse modelo de coalizão, cooptação e fisiologismo que envergonham a classe política?”, disse.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Sem qualquer dúvida, Fernando Collor pronunciou o melhor discurso da sessão do impeachment. Firme, mas sem demonstrar rancor, fez uma impressionante comparação entre o processo de seu impeachment em 1992 e o atual. E conseguiu demonstrar que, de lá para cá, o Congresso evoluiu muito em matéria de garantir o direito de defesa, que praticamente inexistiu no processo contra Collor. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Sem qualquer dúvida, Fernando Collor pronunciou o melhor discurso da sessão do impeachment. Firme, mas sem demonstrar rancor, fez uma impressionante comparação entre o processo de seu impeachment em 1992 e o atual. E conseguiu demonstrar que, de lá para cá, o Congresso evoluiu muito em matéria de garantir o direito de defesa, que praticamente inexistiu no processo contra Collor. (C.N.)
12 de maio de 2016
Deu no UOL
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