"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

FORA TODOS ELES

NEM DILMA NEM TEMER

Movimento ‘Fora todos’ ganha força
Se há um consenso na política hoje é que quase ninguém é competente ou honesto o suficiente para permanecer no poder




Não é à toa que o movimento “Fora Todos” está conquistando a opinião pública brasileira. Os principais atores políticos do país perderam qualquer resquício de legitimidade aos olhos de um eleitorado cansado de tanta falcatrua. A visão de figuras tarimbadas como o presidente da Câmara Eduardo Cunha, que preside o processo de impeachment contra a presidente enquanto enfrenta múltiplas acusações de corrupção, é um lembrete a todos que quase ninguém no cenário político atual é competente ou honesto o suficiente para permanecer no poder. A raiva e o desespero da sociedade brasileira estão sendo dirigidos não a um ou dois líderes ou partidos, mas a toda a classe política. Se há um consenso na política hoje, é isso: “Fora todos”!

O clima no país foi melhor descrito pelo ministro do Supremo Luis Roberto Barroso. Pego de surpresa por um microfone ligado durante uma palestra a um grupo de estudantes, Barroso desabafou: “Meu Deus do céu, essa é nossa alternativa de poder? Não há para onde correr. Isso é um desastre.”

A mais recente ideia circulando pelos corredores de Brasília — antecipar eleições e recomeçar do zero com políticos novos – é atraente, mas não há uma clara maneira constitucional de fazê-lo a menos que Dilma e Temer tenham seus mandatos anulados pelo Tribunal Superior Eleitoral ou que renunciem. Como nenhum dos dois mostra sinais de que pretende abdicar do trono, o impasse certamente não será resolvido num piscar de olhos.

Mesmo que o processo de impeachment prossiga, está claro que um governo Temer não será a panaceia que muitos investidores esperavam. Colocar a economia brasileira nos trilhos requer mais austeridade, uma abertura ao comércio e uma guerra contra a burocracia que sufoca as pequenas e grandes empresas. Mas todas essas medidas serão impopulares no curto prazo. E qualquer coisa que não seja um impeachment limpo vai incendiar sindicatos, movimentos sociais e parlamentares que acusarão de “golpe” um governo Temer desde o primeiro dia, opondo-se a cada medida “cruel” ou “neoliberal” que ele proponha.

Então, meu Deus do céu, onde isso vai parar? No curto prazo, francamente, é uma incógnita.


13 de abril de 2016
Opinião e notícia

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