NEM DILMA NEM TEMER
Movimento ‘Fora todos’ ganha força
Se há um consenso na política hoje é que quase ninguém é competente ou honesto o suficiente para permanecer no poder
Não é à toa que o movimento “Fora Todos” está conquistando a opinião pública brasileira. Os principais atores políticos do país perderam qualquer resquício de legitimidade aos olhos de um eleitorado cansado de tanta falcatrua. A visão de figuras tarimbadas como o presidente da Câmara Eduardo Cunha, que preside o processo de impeachment contra a presidente enquanto enfrenta múltiplas acusações de corrupção, é um lembrete a todos que quase ninguém no cenário político atual é competente ou honesto o suficiente para permanecer no poder. A raiva e o desespero da sociedade brasileira estão sendo dirigidos não a um ou dois líderes ou partidos, mas a toda a classe política. Se há um consenso na política hoje, é isso: “Fora todos”!
O clima no país foi melhor descrito pelo ministro do Supremo Luis Roberto Barroso. Pego de surpresa por um microfone ligado durante uma palestra a um grupo de estudantes, Barroso desabafou: “Meu Deus do céu, essa é nossa alternativa de poder? Não há para onde correr. Isso é um desastre.”
A mais recente ideia circulando pelos corredores de Brasília — antecipar eleições e recomeçar do zero com políticos novos – é atraente, mas não há uma clara maneira constitucional de fazê-lo a menos que Dilma e Temer tenham seus mandatos anulados pelo Tribunal Superior Eleitoral ou que renunciem. Como nenhum dos dois mostra sinais de que pretende abdicar do trono, o impasse certamente não será resolvido num piscar de olhos.
Mesmo que o processo de impeachment prossiga, está claro que um governo Temer não será a panaceia que muitos investidores esperavam. Colocar a economia brasileira nos trilhos requer mais austeridade, uma abertura ao comércio e uma guerra contra a burocracia que sufoca as pequenas e grandes empresas. Mas todas essas medidas serão impopulares no curto prazo. E qualquer coisa que não seja um impeachment limpo vai incendiar sindicatos, movimentos sociais e parlamentares que acusarão de “golpe” um governo Temer desde o primeiro dia, opondo-se a cada medida “cruel” ou “neoliberal” que ele proponha.
Então, meu Deus do céu, onde isso vai parar? No curto prazo, francamente, é uma incógnita.
13 de abril de 2016
Opinião e notícia
Movimento ‘Fora todos’ ganha força
Se há um consenso na política hoje é que quase ninguém é competente ou honesto o suficiente para permanecer no poder
Não é à toa que o movimento “Fora Todos” está conquistando a opinião pública brasileira. Os principais atores políticos do país perderam qualquer resquício de legitimidade aos olhos de um eleitorado cansado de tanta falcatrua. A visão de figuras tarimbadas como o presidente da Câmara Eduardo Cunha, que preside o processo de impeachment contra a presidente enquanto enfrenta múltiplas acusações de corrupção, é um lembrete a todos que quase ninguém no cenário político atual é competente ou honesto o suficiente para permanecer no poder. A raiva e o desespero da sociedade brasileira estão sendo dirigidos não a um ou dois líderes ou partidos, mas a toda a classe política. Se há um consenso na política hoje, é isso: “Fora todos”!
O clima no país foi melhor descrito pelo ministro do Supremo Luis Roberto Barroso. Pego de surpresa por um microfone ligado durante uma palestra a um grupo de estudantes, Barroso desabafou: “Meu Deus do céu, essa é nossa alternativa de poder? Não há para onde correr. Isso é um desastre.”
A mais recente ideia circulando pelos corredores de Brasília — antecipar eleições e recomeçar do zero com políticos novos – é atraente, mas não há uma clara maneira constitucional de fazê-lo a menos que Dilma e Temer tenham seus mandatos anulados pelo Tribunal Superior Eleitoral ou que renunciem. Como nenhum dos dois mostra sinais de que pretende abdicar do trono, o impasse certamente não será resolvido num piscar de olhos.
Mesmo que o processo de impeachment prossiga, está claro que um governo Temer não será a panaceia que muitos investidores esperavam. Colocar a economia brasileira nos trilhos requer mais austeridade, uma abertura ao comércio e uma guerra contra a burocracia que sufoca as pequenas e grandes empresas. Mas todas essas medidas serão impopulares no curto prazo. E qualquer coisa que não seja um impeachment limpo vai incendiar sindicatos, movimentos sociais e parlamentares que acusarão de “golpe” um governo Temer desde o primeiro dia, opondo-se a cada medida “cruel” ou “neoliberal” que ele proponha.
Então, meu Deus do céu, onde isso vai parar? No curto prazo, francamente, é uma incógnita.
13 de abril de 2016
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