Silenciosamente, nas infinitas reuniões realizadas em jantares no Palácio do Jaburu, Michel Temer articula o próprio governo, apostando todas as fichas de que a gestão Dilma Rousseff tem os dias contados. Há cerca de uma semana, depois de encontro com um senador da legenda, ao despedir-se, bateu-lhe levemente nos ombros e avisou: "Se tudo correr como prevemos, precisaremos muito de sua ajuda no Senado".
O PMDB já acertou o tom da valsa com a oposição. O hoje chefe de gabinete da Presidência, ministro Jaques Wagner, quando ainda era chefe da Casa Civil, deu entrevista defendendo que o Planalto deveria chamar a oposição para definir agenda mínima para destravar a economia.
Como nas festas juvenis dos anos 1980, quem convidou a oposição para a música lenta foi o PMDB. E ela foi. O PT ficou dançando com a vassoura. Da pauta conjunta, constam a aprovação da nova lei da Petrobras, já analisada pelo Senado, que vai flexibilizar a participação da estatal no processo e exploração do pré-sal. Além de uma série de medidas que possam gerar empregos e destravar os investimentos.
A crise, na visão dos peemedebistas, é de confiança. A economia está parada porque a política emperrou. Na política, para eles, é fundamental distensionar o diálogo. "O PT partiu para o ataque, nós não", disse um cacique. E a paralisia política é diretamente atrelada à Operação Lava-Jato. "A Lava-Jato e o juiz Sérgio Moro são variáveis com as quais não se pode brigar, porque não há como ter controles sobre elas", disse um aliado de Temer. "É mais do que prudente não brigar com Moro", ensinou. Tudo o que o PT, Lula e a presidente Dilma Rousseff não estão conseguindo fazer.
Surgiu uma dúvida de que o governo poderia ter sobrevida com a chegada de Lula ao Planalto. Um mês, dois meses, que fosse. Explodiram os áudios - ilegais ou não, é outro debate - das conversas do ex-presidente afirmando, em linguagem mundana, que a situação de Renan Calheiros (PMDB-AL) e de Eduardo Cunha é bem mais difícil do que eles esperavam. O encanto acabou e eles sequer foram à posse de Lula na Casa Civil. "Esse governo acabou. Só não há como, neste momento, precisar quando terminará a agonia", definiu um cacique da legenda.
19 de março de 2016
Paulo de Tarso, Correio Braziliense
O PMDB já acertou o tom da valsa com a oposição. O hoje chefe de gabinete da Presidência, ministro Jaques Wagner, quando ainda era chefe da Casa Civil, deu entrevista defendendo que o Planalto deveria chamar a oposição para definir agenda mínima para destravar a economia.
Como nas festas juvenis dos anos 1980, quem convidou a oposição para a música lenta foi o PMDB. E ela foi. O PT ficou dançando com a vassoura. Da pauta conjunta, constam a aprovação da nova lei da Petrobras, já analisada pelo Senado, que vai flexibilizar a participação da estatal no processo e exploração do pré-sal. Além de uma série de medidas que possam gerar empregos e destravar os investimentos.
A crise, na visão dos peemedebistas, é de confiança. A economia está parada porque a política emperrou. Na política, para eles, é fundamental distensionar o diálogo. "O PT partiu para o ataque, nós não", disse um cacique. E a paralisia política é diretamente atrelada à Operação Lava-Jato. "A Lava-Jato e o juiz Sérgio Moro são variáveis com as quais não se pode brigar, porque não há como ter controles sobre elas", disse um aliado de Temer. "É mais do que prudente não brigar com Moro", ensinou. Tudo o que o PT, Lula e a presidente Dilma Rousseff não estão conseguindo fazer.
Surgiu uma dúvida de que o governo poderia ter sobrevida com a chegada de Lula ao Planalto. Um mês, dois meses, que fosse. Explodiram os áudios - ilegais ou não, é outro debate - das conversas do ex-presidente afirmando, em linguagem mundana, que a situação de Renan Calheiros (PMDB-AL) e de Eduardo Cunha é bem mais difícil do que eles esperavam. O encanto acabou e eles sequer foram à posse de Lula na Casa Civil. "Esse governo acabou. Só não há como, neste momento, precisar quando terminará a agonia", definiu um cacique da legenda.
19 de março de 2016
Paulo de Tarso, Correio Braziliense
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