"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 6 de dezembro de 2015

PMDB COMEÇA A DEIXAR O GOVERNO E PADILHA É O PRIMEIRO A SAIR



Dilma se recusou a receber Padilha e ele protocolou a demissão



















Um dos principais aliados do vice-presidente Michel Temer, o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) vai deixar o governo. O peemedebista tentou entregar sua carta de demissão ao ministro Jaques Wagner (Casa Civil) na noite de quinta-feira (3), mas, segundo aliados, Padilha não foi nem mesmo recebido pelo braço direito da presidente Dilma Rousseff. Segundo a Folha apurou, Padilha então protocolou a carta de demissão no Palácio do Planalto – amigos do ministro dizem que a decisão é irrevogável.
De acordo com aliados do ministro da Aviação Civil, o motivo oficial para a demissão foi uma nomeação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Padilha queria indicar um aliado mas, depois de fazê-lo, viu a Casa Civil revogar a nomeação após reclamações.
Segundo a Folha apurou, Padilha teria se irritado com a rejeição de três nomes que indicou para o governo, dois deles no Rio Grande do Sul. Aliados do ministro dizem que o governo rejeitou a nomeação de um de seus indicados para o Ministério da Saúde, hoje sob o comando do PMDB. O cargo cobiçado por Padilha está ocupado por um petista ligado ao ministro Miguel Rossetto.
No Rio Grande do Sul, PT e PMDB são adversários históricos.
DILMA NÃO O RECEBEU
Amigos do ministro contam ainda que ele ficou incomodado porque tentou falar com a presidente sobre a situação, mas foi recebido pelo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. Irritado, Padilha anunciou sua exoneração.
Padilha é o primeiro aliado de Temer a deixar o governo após a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
A ala pró-impeachment do PMDB, ligada ao vice-presidente, trabalha agora para convencer o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a deixar o governo.
Na avaliação dessa ala da legenda, a saída de Henrique Alves seria um movimento coerente com a ligação pessoal que o ministro e o vice-presidente têm há anos.
Essa articulação ganhou força após o anúncio da saída de Padilha.
O ministro não está em Brasília. Embarcou logo cedo para Natal.
Outros ministros peemedebistas no governo são Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Helder Barbalho (Portos), Eduardo Braga (Minas e Energia) e Kátia Abreu (Agricultura) – esta, na cota pessoal de Dilma.
REAÇÃO NEGATIVA
O presidente do PT de São Paulo, Emidio de Souza, afirmou que a saída do ministro “não é um bom sinal” para o governo Dilma.
Na avaliação de petistas, Padilha sai para articular em favor do impeachment para que o vice-presidente, Michel Temer, assuma o cargo. Seu papel seria negociar com partidos cargos num eventual governo de Temer.
O assunto caiu como uma bomba, nesta sexta, numa reunião da maior corrente política do PT: a CNB. Durante a reunião foram feitos informes com notícias discrepantes. Houve quem dissesse que a saída de Padilha não está confirmada.
“Não é um bom sinal. Mas é o que temos para o almoço”, disse Emidio, ao deixar a reunião.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O último peemedebista a sair, por favor, apague a luz. (C.N.)

06 de dezembro de 2015
Valdo Cruz, Marina Dias, Cátia Seabra e Daniela Lima
Folha

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