Perspectiva de impeachment melhora indicadores da economia
Mas não faltarão colunas e opiniões alertando para os “riscos”. Tudo bobagem. O maior risco para a economia brasileira é Dilma continuar no poder. Foi ela e seu partido quem meteram o país no buraco. A mera perspectiva do risco de saída já alegra o mercado e aquece a economia.
Imagina quando sair.
Além de Dilma, apenas Collor e Getúlio
Dilma não está sozinha. Ter um pedido de Impeachment contra si em tramitação oficial na Câmara dos Deputados é honraria com a qual somente outros dois estadistas brasileiros já foram agraciados.
Depois foi Color, em 1992, que teve seu pedido de impeachment aceito pela presidência da Casa e votado pelos deputados, mas acabou renunciando antes da apreciação pelo Senado – tentando assim salvar seus direitos políticos. Ele voltou ao poder nacional como senador e, agora, é investigado pela Lava Jato.
Agora, Dilma Rousseff. Que trinca!
Os deputados da base abandonaram Dilma (e Lula)?
A narrativa oficial seria a seguinte: o governo não poderia ficar mais tempo “refém” de Cunha e, por isso, resolveu enfrentá-lo. É assim que a história é contada e até mesmo reproduzida por alguns analistas. Mas isso não é correto.
Não foi O GOVERNO que enfrentou Cunha. Nada disso. Aliás, foi o exato oposto. Até a undécima hora, emissários governistas lutavam com unhas e dentes para MANTER A PAZ com o Presidente da Câmara. A articulação do governo, comandada pelo ministro da Casa-Civil, Jacques Wagner, era ecoada pelo deputado José Geraldo (PT/PA) até ontem.
O que de fato aconteceu? Os deputados petistas NÃO SEGUIRAM a orientação do governo. Sim, isso mesmo, foi uma espécie de rebelião, justamente por contrariar as ordens palacianas. E também contrariaram Lula, o que sepulta de vez a tese de que a ruptura teria sido iniciada pelo Planalto ou pelo líder máximo do petismo.
Foi esse o contexto do estopim da guerra que agora acompanhamos. Depois, é claro, a narrativa oficial tentou fazer uma adequação aos fatos e passou a ser repercutida como se fosse verdadeira. Mas não é.
Eleições Municipais
Um dos motivos especulados para tal “motim” é o fato de que muitos deputados dependem crucialmente das eleições do ano que vem, já que fazem parte de grupos políticos fincados também nas estruturas municipais. Em suma: ajudar o governo seria enterrar suas próprias carreiras e seus próprios planos. Aí, ninguém topa.
A falácia da “chantagem”
Governistas de todo tipo também passaram a usar a palavra “chantagem” para adequar a narrativa. E isso é falacioso, claro. Afinal, os governos executivos de TODAS as instâncias baseiam a tal “governabilidade” na relação de cargos e favores. Não dá para, em caso de enfrentamento (e derrota), dizer que foi chantageado.
De mais a mais, esse tipo de “chantagem” no poder público, especialmente quando atendida, atenuada e negociada, só existe quando a parte ameaçada está mesmo devendo algo. Claro que a palavra tem apelo popular e populista, mas é um daqueles casos em que o peixe pode morrer pela boca.
Afinal, e se o pessoal começar a se fazer a pergunta óbvia: “ok, mas por que o governo aceitou por tantos meses a tal chantagem?”
Erros estratégicos crassos (e até meio bobos)
Independentemente do motim, há e houve acima de tudo MUITA trapalhada estratégica. Lá no seu início, ainda longe do poder, o Partido dos Trabalhadores era campeão nesse tipo de coisa. Depois, com a sabedoria do tempo (e outros fatores, claro), passou a ser o partido mais estrategista do país. Erros dessa monta seriam inimagináveis.
Mas 2015 chegou chegando, não é? Tudo começou quando resolveram confrontar a candidatura de Cunha à Presidência da Câmara – e não por ideologia ou coisa do tipo, mas sim pelo poder puro e simples (afinal, trata-se de um aliado eleitoral, do partido do Vice-Presidente).
O PT e o governo foram derrotados, ganhou com isso o brinde totalmente grátis: um inimigo poderoso. Em seguida, partiu para o enfrentamento e as derrotas se sucederam. Foram muitas, foram fortes e foram fragorosas. A militância tentava passar a imagem de embate ideológico, mas obviamente era uma luta pelo poder. E o PT perdia todas as batalhas dessa guerra.
Depois de muitas trocas no comando da articulação com o Congresso, Jacques Wagner assumiu a Casa-Civil e, todos imaginavam, as coisas voltariam ao nível profissional de outrora – até mesmo por tratar-se de um aliado próximo de Lula.
Ledo engano.
Sacou primeiro e não atirou
A rebelião dos deputados petistas mostrou a um só tempo a fraqueza do governo com sua própria base partidária e também a total falta de estratégia desse grupo amotinado. Foi algo tão ingênuo que chega a ser impossível não pensar em medida deliberada.
Isso porque a bancada petista anunciou que votaria contra Cunha, mas não votou. Só avisou, mesmo. Ou seja: na prática, sacaram a pistola, apontaram ao inimigo, mas… não atiraram! Só avisaram que iriam atirar.
O que esse inimigo fez? Atirou primeiro, ora! E, assim, por mais que se tente refazer a narrativa, não tem jeito: ele atirou primeiro.
Jabazinho do bem
Saindo um pouco de temas políticos, aproveito para divulgar de novo meu livro (tá baratinho na Amazon, só dez reais!).
06 de dezembro de 2015
implicante
06 de dezembro de 2015
implicante
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