"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 14 de novembro de 2015

OS PRINCIPAIS ATAQUES DO ESTADO ISLÂMICO EM 2015

França tem sido o país mais fustigado na Europa, mas o movimento terrorista tem esticado o seu alcance. Turquia, Líbano e Egito foram alvos este ano, numa já longa lista de ataques do Estado Islâmico.

AFP/Getty Images


A França tem sido o alvo privilegiado do Estado Islâmico na Europa, mas o movimento terrorista tem deixado um rasto de morte um pouco por todo o mundo. 
Os ataques desta sexta-feira são dos mais mortíferos na Europa, superados apenas na história recente pelos atentados de Madrid, a 11 de março de 2004, pela Al-Qaeda.

Aqui ficam alguns dos principais ataques reivindicados ou imputados ao movimento terrorista só este ano:

13 de novembro, França — Pelo menos 128 mortos e 300 pessoas hospitalizadas, das quais 80 em estado grave, numa série de ataques na capital francesa, Paris. Os ataques aconteceram na sala de espetáculos Bataclan, onde morreram 82 pessoas, em várias ruas da capital e perto do Estádio de França, onde decorria um jogo amigável entre as seleções de futebol de França e da Alemanha. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico.


12 de novembro, Líbano
– Um atentado reivindicado pelo Estado Islâmico contra uma base do Hezbollah, o movimento xiita libanês que tem combatido ao lado do regime de Bashar al-Assad na Síria, provoca 44 mortos.


31 de outubro de 2015, Egito
– Um avião com 224 pessoas, na sua maioria turistas russos, cai na península do Sinai, no Egito. Não houve sobreviventes. O Atentado foi reivindicado pelo Estado Islâmico, mas as autoridades dos vários países ainda estão a investigar as causas do incidente.


10 de outubro de 2015, Turquia
– Um atentado suicida faz 102 mortos e mais de 500 feridos em Ancara, onde milhares de pessoas se juntavam numa manifestação pela paz. Segundo as autoridades turcas, o ataque terá sido organizado e levado a cabo pela liderança do Estado Islâmico na Turquia.


26 de junho de 2015, Tunísia, França e Kuwait
— Mais de 60 pessoas morreram em três ataques diferentes, das quais 38 num ataque a um hotel em Sousse, numa zona balnear da Tunísia, um ataque que foi reivindicado pelo Estado Islâmico.


7 a 9 de janeiro de 2015, França
– Ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo, em que morreram doze pessoas e cinco feridos. O ataque foi levado a cabo pelos irmãos Saïd e Chérif Kouachi, na sede do semanário no 11º arrondissement de Paris.
Ataques em França, só este ano


10 de novembro — A polícia francesa anuncia a detenção e acusação de um homem de 25 anos por associação criminosa e planear um atentado terrorista. O homem estava a ser vigiado há um ano e foi detido quando tentava comprar material para construir uma bomba, que teria como destino um ataque a soldados da marinha francesa em Toulon.


21 de agosto
— Dois soldados norte-americanos que viajavam pela Europa conseguem evitar o pior numa viagem de comboio entre Amesterdão e Paris, conseguindo dominar um jovem marroquino armado com facas, uma pistola e uma espingarda. Duas pessoas feridas, incluindo um baleado, assim como um dos soldados que dominou o atacante.


13 de julho — Quatro jovens, com idades entre os 16 e os 23 anos, incluindo um antigo soldado são detidos por suspeita de planear um ataque contra uma base militar nos Pirenéus e de decapitar um soldado em nome da guerra santa. Os quatro jovens revelam o seu compromisso com a guerra santa e com o Estado Islâmico.


26 de junho
— Yassin Salhi mata e decapita o seu chefe, Hervé Cornara, perto de Lyon, e de seguida um grupo de islamitas empunhando bandeiras tentam fazer explodir uma fábrica da Air Products perto de Saint-Quentin-Fallavier, fazendo embater a carrinha que conduziam contra botijas de gás, antes de serem detido pelas autoridades.


19 de abril — Ghlam Sid Ahmed, um estudante argelino de informática, é preso em Paris, suspeito do homicídio de uma mulher e de ter em curso a preparação para um ataque iminente contra uma igreja em Villejuif, nos arredores a sul de Paris. O jovem tinha na sua posse armas de “guerra”, e já era conhecido das autoridades por se ter convertido a uma visão extremista do Islão. À Polícia, o jovem admitiu ainda ter planos para atacar um comboio e matar pelo menos “150 infiéis” e a basílica do sagrado coração, em Paris.


3 de fevereiro
— Três soldados que guardavam um centro comunitário judaico, em Nice, foram atacados com facas. Moussa Coulibaly, de 30 anos, um residente nos subúrbios de Paris, foi detido de imediato. Sob custódia policial, o atacante expressou o seu ódio a França, à polícia, ao Exército francês e a judeus.


13 de janeiro — Um alegado jihadista de 23 anos, convertido ao Islão, e que já tinha sido detido pela polícia em novembro de 2014 por se suspeitar fazer parte de um grupo terrorista na Síria ameaça de morte um polícia em Elboeuf, na Normandia.


9 de janeiro de 2015 — Polícia francesa mata a tiro Amedy Couliably, de 32 anos, suspeito principal do assassinato da polícia Clarissa Jean-Phillip, em Montrouge. Amedy Couliably foi o responsável pelo sequestro e morte de quatro pessoas em Porte de Vincennes. Couliably seria amigo dos irmãos Kouachi, responsáveis pelo ataque ao jornal satírico francês, Charlie Hebdo.


7 de janeiro de 2015 — Ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo, em que morreram doze pessoas e cinco feridos. O ataque foi levado a cabo pelos irmãos Saïd e Chérif Kouachi, na sede do semanário no 11ºarrondissement de Paris.



14 de novembro de 2015
Nuno André Martins
in Observador



14 Nov 2015


Eram 2h30m quando visitei o jornal online que me dá a conhecer o atentado terrorista em França que inútil será adjetivá-lo em virtude da minha estupefação. Desconheço adjetivo capaz de qualificar tal ato, pelo menos humano sei que não é.

Acompanho as notícias que vão surgindo e a cada minuto que passa a minha angústia aumenta.

Sou impelido por um forte impulso de curiosidade e principio a ler a Carta das Nações Unidas de 1945.

“Manter a paz e a segurança” (Art.1º, nº1), “desenvolver relações de amizade entre as nações” (Art.1º, nº2), “promover e estimular o respeito pelos direitos do Homem e pelas liberdades fundamentais para todos sem distinção, de raça, sexo, língua ou religião (Art.1º, nº3). Dado o motivo que me levou a escrever quero sublinhar a palavra religião, ainda que hesite quanto ao fundamento de tais atos ser a religião.

No nº3 do Art.2º alega que as controvérsias deverão ser resolvidas com base em “meios pacíficos”, visando a paz, a segurança e a justiça (princípios estes basilares na génese das Nações Unidas).

E nisto uma outra curiosidade me assalta. Sei que fazem parte da ONU 193 países e que desses 193, 51 são fundadores, mas confesso que não sei quais são os países (alguém saberá?).

Empreendo mais uma pesquisa e, qual não é o meu espanto, quando países como Afeganistão (1946), Somália (1960), Líbia (1955), Paquistão (1947), Israel (1949), pasme-se, Coreia do Norte (1991), Líbia (1945, portanto, fundadora!), França (1945, portanto, fundadora!), etc.

E a pergunta que incomoda desde então é a seguinte: leram estes países ( e outros, não figuram aqui todos aqueles que me causaram pasmo) a Carta da Nações Unidas? Saberão eles que figura na mesma um Artigo 1º que define objetivos e um Artigo 2º que define os princípios essenciais? E saberão eles que o Capítulo VI é todo ele reservado à resolução “pacífica de controvérsias”?

Receio que as Nações Unidas já não sejam mais “unidas”!

Receio que as Nações Unidas já não passem de uma lembrança histórica.

Receio que 70 anos de existência tenham sido apenas o adiar do inevitável.

É triste e drástico, mas não deixa de ser verdade, as Nações Unidas fracassaram nos seus propósitos.

Setenta anos passaram e falta cumprir-se a Paz!

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