"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A ARGENTINA E O MERCOSUL

Maurício Macri: vencedor!

A vitória da oposição do candidato Mauricio Macri ao governo da Argentina reabre fundadas esperanças na ampliação e no repaginar do Mercosul. Os anteriores governos foram desastrosos, com perdas salariais fortes e demagogias de esquerda, com susbsídios, as quais culminaram no aumento expressivo do empobrecimento dos argentinos e a crescente desvalorização da moeda. A posição de Macri é seguramente favorável ao mercado, ao capitalismo de concorrência e atrai, em certa parte, o Brasil em séria e aguda crise.

O Mercosul já nasceu superado, ultrapassado e envelhecido. Compra-se um carro montado na Argentina por lá em torno de 90 mil reais e aqui no Brasil se comercializa por 188 mil reais. Não se explica a lógica ou a racionalidade do projeto. Eis que, à exemplo da Europa, se é um mercado único qual a razão dos preços variarem e oscilarem tanto em idênticas ou assemelhadas conjunturas?

Bem, o grande momento pelo qual atravessa a Argentina com a vitória assegurada e de certo modo confortável da oposição é a união do País, e um programa que acelere o crescimento e implemente o desenvolvimento, coisas que no Brasil são essenciais depois do ajuste fiscal. No entanto, pensar apenas no Mercosul é pouco e quase nada, quando observamos o tratado do Pacífico que envolve trilhões de dólares e nos distancia ainda mais do mercado europeu, norte americano e asiático.

O fim do populismo dos preços artificiais e de subsídios que ressoam em aumentos futuros, essas providências aniquilam a governabilidade e puxam para baixo qualquer tentativa de controle do cambio e da inflação. Soerguer a Argentina leva nos na direção de um braço de parceria e de importância essencial nos tratados comerciais, de livre comércio e da mesma alternância de regras para suprir o escasseamento de recursos hídricos ou de toda e qualquer espécie.

A última década na Argentina foi marcada por um denuncismo e o controle quase completo do poder judiciário, e isso representa uma submissão inadmissível com a imposição de juízes e a morte doutro sem apuração até o presente momento colimando transparência e seriedade. Aniquilar um poder que integra a democracia tem sido uma ferramenta das esquerdas demagógicas e invariavelmente corruptas da América Latina. Daí porque a transparência é de suma expressão, ao lado de acordos comerciais e a retirada ao máximo da miséria e de sacrifícios da população de baixa renda.

Juntos Brasil e Argentina formam uma população de quase 270 milhões de pessoas, sendo que a metade sobrevive em condições de absoluta miséria ou desproteção do básico. Nada obstante, não será o Estado o catalisador dos recursos, mas a criação de empregos, de riquezas reais e não artificiais, com educação e boa cultura,sem intervir na economia, ou transformar estatais em maquinas aparelhadas do estado corrupto e corruptor,com a longa mão dos fundos de pensão.

Precisamos ,de uma vez por todas, como dizia Thomas Jefferson, ser honestos e mapearmos o bem estar da sociedade, não de grupos, ou agremiações marginais à própria sociedade. O encanto primeiro da vitória oposicionista na Argentina, cujo trabalho não será fácil, abre um leque de oportunidades e sonhos para o Brasil, de menor presença do Estado na economia, de maior ajuste em tratados comerciais e de investimentos na produção, consolidando mercados externos e alta tecnologia na performance de arrebatar concorrentes e crescer de mãos dadas.

É chegado o tempo de trabalharmos comungando dos mesmos ideais para tirarmos a América latina da pobreza, da sua miséria e da invencível corrupção, marca indelével de ambos os governos até a presente conjuntura.



23 de novembro de 2015
Carlos Henrique Abrão, Doutor em Direito pela USP com Especialização em Paris, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo.

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