É claro que é necessário cortar despesas a começar pelo Executivo onde os 39 Ministérios poderiam ser reduzidos a cinco, seguido pelo Legislativo onde bastaria um senador por Estado e poderia diminuir de dois terços o número de deputados e vereadores. Quanto ao Judiciário, chegaria cortar mordomias e ainda haveria muita despesa inútil para cortar, só cortando as "indenizações" dos subversivos anistiados já se economizaria um bilhão por ano. Entretanto, o grosso do desperdício está nos juros da dívida.
Metade de tudo que o Brasil arrecada, cerca de 51% dos impostos é entregue inutilmente aos bancos usurários, um total de um e meio trilhões de reais por ano para remuneração dos juros, na faixa de 20% a 30% ao ano. Para ter uma idéia do que significa essa fortuna , ela representa mais de cem vezes o que o Brasil pretende cortar em investimentos e programas sociais, corte aliás necessário.
A solução é bastante simples: baixarmos os juros a uma taxa não compensadora . Muito bem, mas os credores iriam querer retirar o dinheiro emprestado e como iríamos pagá-los se esse dinheiro não mais existe? - Imprimindo o necessário para pagar as retiradas. Inicialmente a inflação seria galopante, mas quem retirou o dinheiro o usaria em alguma atividade produtiva para não perder para a inflação. Isto criaria empregos e a produção logo controlaria a inflação, sem contar que o déficit previsto se transformaria em superávit como num passe de mágica a economia melhoraria instantaneamente. O mais difícil seria enfrentar o boicote da oligarquia financeira internacional, mas seria melhor do que o caminho da falência e da servidão que estamos trilhando.
Sem noção
Em tempos normais, a notícia de que o Senado renovou a frota de veículos à disposição de seus 81 legisladores já provocaria justificáveis questionamentos – tendo meros dois anos de uso os carros substituídos não poderiam ser considerados velhos. A situação, naturalmente, torna-se muito pior quando o país enfrenta grave crise econômica. Neste caso, a desfaçatez dos senadores desperta sentimentos de irritação e perplexidade.
No momento em que se acirram as tensões entre a Venezuela e a Guiana, prenunciando outra guerra com provável interferencia do Reino Unido e dos Estados Unidos, o Exército, de forma inconsequente, persegue os garimpeiros na Amazônia seguindo as absurdas ordens de um Governo descompromissado com a Nação. Onde mais se nota a maléfica atuação do Exército é em Roraima, proximo da fronteira, destruindo as pistas de pouso dos garimpos, bem proximo da área do provável conflito. Depois, vai precisar da colaboração dos garimpeiros. Conseguirá?
19 de setembro de 2015
Gelio Fregapani é Escritor e Coronel da Reserva do EB, atuou na área do serviço de inteligência na região Amazônica, elaborou relatórios como o do GTAM, Grupo de Trabalho da Amazônia. Extrato do Comentário Geopolítico de número 226, de 13 de setembro de 2015.
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