"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

REDEMOINHO DA CORRUPÇÃO

Lava-Jato: Moro autoriza PF a ouvir o chefe do “Clube do Bilhão” sobre propinas pagas a Gleisi Hoffmann

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A situação da petista Gleisi Helena Hoffmann está cada vez mais complicada. O juiz federal Sérgio Fernando Moro, responsável pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, deferiu pedido da Polícia Federal para que o empreiteiro Ricardo Pessoa seja ouvido no inquérito que tem na alça de mira ex-ministra-chefe Casa Civil.

Gleisi já foi acusada pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e pelo doleiro Alberto Youssef de ter levado dinheiro do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história nacional. A inclusão de Ricardo Pessoa no inquérito que apura o envolvimento da senadora petista no escândalo abre uma nova e tenebrosa fonte de investigações.

Dono da UTC Engenharia e um dos importantes delatores da Lava-Jato, Pessoa será ouvido pela Polícia Federal em São Paulo na próxima quarta-feira (8) para esclarecer se a senadora petista foi beneficiária do esquema responsável por desviar bilhões de reais da Petrobras.

Em acordo de delação premiada selado com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Ricardo Pessoa diz ter dado R$ 3,6 milhões como “caixa 2″ a tesoureiros petistas. As informações foram levantadas pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

Em depoimento prestado à Polícia Federal em abril deste ano, Gleisi Hoffmann confirmou ter recebido doações da UTC e disse ter solicitado pessoalmente a Ricardo Pessoa contribuições para eleger-se senadora pelo Paraná, em 2010. A petista afirmou também que conhecia Pessoa desde os tempos em que também trabalhou em Mato Grosso do Sul.
De acordo com o sistema de prestação de contas de campanha, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gleisi recebeu R$ 250 mil em 2010, quando concorreu ao Senado, e R$ 950 mil em 2014, quando disputou o governo do Paraná.

Além de Ricardo Pessoa, o encarcerado presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato, também foi ouvido pela Polícia Federal em maio para prestar esclarecimentos sobre o envolvimento da senadora no Petrolão. Para a PF, Gleisi também confirmou ter procurado pessoalmente o presidente da Odebrecht para pedir doações à sua campanha de 2010.

Gleisi Hoffmann é alvo de inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal em março passado, após de ter sido citada por pelo menos dois delatores da Lava-Jato (Youssef e Paulo Roberto Costa). Ambos disseram aos investigadores que atuaram para que a então candidata ao Senado recebesse R$ 1 milhão do esquema para ajudar no financiamento de sua campanha.

Costa disse ter sido procurado pelo marido de Gleisi, o então ministro do Planejamento Paulo Bernardo da Silva (cargo-chave para a liberação das grandes obras cobiçadas pelas empreiteiras) em busca de doações para a esposa. Costa encaminhou a solicitação para Youssef, que por sua vez providenciou o dinheiro e a entrega do numerário, o que aconteceu em um shopping popular no centro da capital paranaense.

A transação foi confirmada posteriormente pelo doleiro, também em depoimento aos investigadores da Lava-Jato. A senadora, contudo, nega as acusações. Ela disse à PF que o dinheiro recebido da Odebrecht, da UTC e de outras empreiteiras investigadas é fruto de doações legais, devidamente registradas no TSE. É essa questão crucial que o interrogatório de Ricardo Pessoa, apontado como chefe do chamado “Clube do Bilhão”, deve esclarecer.

06 de julho de 2015
ucho.info

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