"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 12 de março de 2015

GABRIELLI SUSPEITO EM NEGOCIATA PARA COMPRA DE PETROQUÍMICA

SEGUNDO COSTA, GABRIELLI COMPROU POR DECISÃO ‘UNILATERAL’ A SUZANO PETROQUÍMICA



SUZANO FOI ADQUIRIDA POR VALOR BEM SUPERIOR AO MÍNIMO
(FOTO: GERALDO MAGELA/AG. SENADO)



O ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli foi apontado na Operação Lava Jato como responsável direto pela compra da Suzano Petroquímica pela estatal, em 2007, por valor “bem superior ao mínimo fixado” por órgão interno da estatal e por bancos de assessoramento. O ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa afirmou à Operação Lava Jato em um dos termos de sua delação que o valor – de R$ 2,7 bilhões – pago pela Petrobrás na compra da Suzano decorreu de decisão “unilateral” do ex-presidente, que é ouvido nesta quinta-feira, 12, pela CPI da Petrobrás, no Congresso.

Costa classificou como uma “operação suspeita” a compra da Suzano Petroquímica e a atuação interna de Gabrielli. Segundo o delator, no processo de compra da Petroquímica Suzano, a Gerência Executiva de Novos Negócios da Petrobrás e os bancos que assessoravam a estatal no negócio “estabeleceram um ‘range’, que representaria os limites máximo e mínimo de precificação” da petroquímica, que fica em São Paulo.

“A negociação, contudo, foi fechada em um patamar bem superior ao mínimo fixado no ‘range’, face a uma decisão unilateral do então presidente Sérgio Gabrielli, a respeito da qual ele não forneceu maiores detalhes para os diretores”, afirmou Costa, em sua delação premiada.

A decisão foi comunicada “em uma reunião de caráter interno da Petrobrás na cidade de São Paulo, convocada especificamente para tratar da aquisição”, segundo afirmou o ex-diretor de Abastecimento. “O valor foi posteriormente aceito pela Petroquímica Suzano, e a aquisição referendada pela Diretoria, em uma reunião de cunho formal, e pelo Conselho (de Administração) da Petrobrás”, contou Costa.

Foram pagos pela unidade, na época, R$ 2,7 bilhões. Um dia antes, seu valor na bolsa era de R$ 1,2 bilhão. O delator disse não lembrar o valor do negócio apresentado por Gabrielli, nem citou pagamentos de propina no caso, mas disse que o processo foi “suspeito”.

Na época, Gabrielli defendeu a compra em audiência pública e afirmou que a Petrobrás comprou a Suzano Petroquímica, entre outros motivos, para resolver o impasse que havia entre a Suzano e a Unipar nas negociações para a consolidação do Pólo Petroquímico do Sudeste.

Sérgio Gabrielli tem negado reiteradamente envolvimento em atos ilícitos no âmbito da Petrobrás. Sempre que instado a se manifestar sobre suspeitas que apontam para sua gestão no comando da estatal, Gabrielli repudia a prática de irregularidades. (AE)

12 de março de 2015
diário do poder

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