"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de março de 2015

ENTREVISTA DE ROSSETTO E CARDOZO NA TV FOI VEXATÓRIA


Rossetto e Cardozo jamais deveriam ter falado em nome de Dilma
Teria sido menos negativo para Dilma e PT se Rossetto e Cardozo não aparecessem ontem, nem dia algum, para comentar os acontecimentos deste domingo. Com trajes uniformes (paletó preto, camisa azul e sem gravata) primeiro falou Cardozo e depois Rossetto. Em seguida, deram respostas às perguntas de poucos jornalistas. E, de súbito, encerraram a “coletiva”. Foi vexatório.
Ambos, arrogantes, nada disseram de novo. Cardozo encheu o peito e com semblante contraído, olhar raivoso e timbre de voz tonitruante (só o timbre), pediu respeito “aos 55 milhões de votos que elegeram Dilma”. Disse isso como se o adversário Aécio tivesse recebido votação inexpressiva. Não, Cardozo. Dilma recebeu 54 milhões de votos (51,64%) e Aécio 51 milhões (48,36%), segundo o TSE. A diferença é insignificante para o universo de eleitores deste Brasil de 200 milhões de brasileiros e brasileiras. Praticamente, um empate.
Cardozo é que desrespeitou os 51 milhões de eleitores que não votaram em Dilma e que no dia de ontem saíram às ruas, pelo país inteiro, representados por milhões de manifestantes. Eles mesmos, Cardozo e Rossetto, repetiram que os protestos de ontem e os panelaços (de ontem e de domingo retrasado, Dia da Mulher) partiram dos que não votaram em Dilma. Seriam manifestações desprezíveis, portanto. Cardozo dividiu o povo brasileiro em duas classes: a classe para quem Dilma governa, porque nela votou e a outra classe, para quem Dilma não governa, porque nela não votou e que, por isso, não é considerada, não é ouvida, não é prezada e nem levada em conta. E Cardozo ainda teve o cinismo de dizer que o governo está aberto ao diálogo, à conciliação, a se sentar à mesa, com partidários e opositores!!!
SEM CONVENCIMENTO
Com Rossetto também não foi diferente. Com pouca ou nenhuma argumentação de convencimento, o ministro foi buscar numa faixa isolada que, de relance, apareceu na tela da televisão contra o Supremo Tribunal Federal, sua indignação com as manifestações de ontem. Saiba Rossetto que nenhum brasileiro é contra a Suprema Corte. Nem mesmo aquele manifestante que exibia a tal faixa que Rossetto flagrou para servir de motivação para seu discurso. Todos querem, desejam e esperam um STF forte, independente e integrado com os seus 11 ministros para que possa funcionar na sua plenitude. Ministros isentos. Ministros imparciais. Seria a concretização do que está inscrito na Constituição Federal. Idealmente, ao menos. Porque na prática a suspeita do povo procede.
Ainda semana passada, desfalcada a 2ª Turma de um ministro, por causa dos 8 meses de inércia de Dilma na indicação do substituto de Joaquim Barbosa, a Corte, ela própria, apelou para que um ministro deixasse a 1ª Turma e fosse integrar a 2ª Turma e, com isso, impossibilitar a vantagem no resultado do julgamento dos réus e indiciados no Petrolão. Com apenas 4 ministros na 2ª Turma, os acusados sempre levam vantagem do empate de 2 votos a 2 e coloca em desvantagem a acusação, que conta apenas com dois resultados para condenar: 3 a 1 ou 4 a 0.
E qual foi o ministro que se apresentou? Dias Toffoli, ex-advogado do PT, ex-Advogado-Geral da União do governo PT, ex-Assessor de José Dirceu na Casa Civil!! E Tóffoli foi imediatamente aceito. Sua transferência da 1ª para a 2ª Turma imediatamente foi homologada e referendada pelo presidente do STF. Tudo isso aconteceu num dia só. E no dia seguinte, o povo ficou sabendo que Tóffoli foi até o gabinete de Dilma conversar com a presidente, bem cedo, sem agenda marcada e sem assunto previamente anunciado.
ALTA SUSPEIÇÃO
O povo não compreende e nem aceita que um juiz julgue o réu de quem já foi advogado. É isso, Rossetto. Isso e muito mais. Essa demora injustificável de Dilma, na indicação ao Senado do substituto de Joaquim Barbosa, é causa suficiente para o impeachment da presidente. Seu ato omissivo, que já perdura por 8 meses, atenta contra o livre exercício do Poder Judiciário. E sem a sua composição plena de 11 ministros, o Poder Judiciário, que tem na Suprema Corte sua expressão mais alta e seu maior símbolo, não pode funcionar, mesmo que o desfalque não ocorra nas instâncias inferiores.
Sendo o STF corte exclusivamente constitucional, conforme dispõe, determina e garante a Constituição Brasileira, para o seu pleno funcionamento é preciso que se encontre composta e integrada por 11 ministros. A inércia de Dilma, Rossetto, pode até extinguir o STF. Rossetto sabe disso. A explicação é para os leitores. Se mais três de seus ministros deixam a corte e Dilma também não indica seus substitutos, restarão apenas 7 ministros, insuficientes para a sobrevivência da Suprema Corte.Pronto, é o fim do STF decretado pela inércia de Dilma.
CAPÍTULO FUNESTO
Juntos, Cardozo e Rossetto protagonizaram ontem capítulo funesto nessa novela chamada Governo PT no Brasil. Todos sabemos que é difícil, quiçá impossível, defender o indefensável. E nem deveriam ser Rossetto e seu colega Cardozo a ter se apresentado para falar à Nação. Dilma é quem deveria aparecer e fazer o pronunciamento. Ela é a presidente. Ela é quem foi eleita. Com votação apertada, mas foi.
Para terminar: disseram Rossetto e Cardozo que o arrocho — que para amenizar chamam de “ajuste”— nos impostos, contribuições, salários, direitos trabalhistas etc…é necessário para arrecadar mais e suprir o tesouro nacional com fundos suficientes para que o governo possa cumprir seus compromissos. Traduzindo, é mais ou menos isso. Mas essa justificativa é para governo novo, que sucede a oposição. Não, para governo velho, como é o caso do PT, no poder há mais de 12 anos e autor do estrago na economia.

17 de março de 2015

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