"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de março de 2015

A ENTREVISTA DE AÉCIO QUE PAUTOU DILMA



Abaixo, a dura entrevista dada por Aécio Neves a Rádio Gaúcha ontem pela manhã, que pautou o "humilde" pronunciamento dado à tarde por Dilma Rousseff.

(O Globo) Em entrevista de 20 minutos à rádio Gaúcha de Porto Alegre, na manhã desta segunda-feira, o senador Aécio Neves (PSDB) lamentou que a presidente Dilma Rousseff (PT) não tenha se dignado a “vir olhar nos olhos dos brasileiros” depois das manifestações anti-governo realizadas em todo o país no domingo. Segundo Aécio, os ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, escalados para fazer a defesa do governo neste domingo, “não entenderam absolutamente nada”. Ele classificou o pronunciamento da noite de domingo como “patético”.

O senador tucano disse ainda que não torce pelo impeachment da presidente, mas que as condições de ordem política para que isso ocorra “não estão longe”. O senador reconheceu, entretanto, que o componente jurídico para um eventual afastamento da presidente “não está colocado”. Mas ressalvou que o impeachment é uma previsão constitucional e que falar no assunto “não é golpe”.

- A reação do governo (aos protestos) me chamou muito a atenção. Em primeiro lugar, depois de uma manifestação com essas dimensões, a presidente não se dignou a vir olhar nos olhos dos brasileiros, tentar entender minimamente o que está acontecendo. Escala dois ministros que parece não estavam no Brasil, não estavam sequer no planeta Terra nesse último dia (domingo), que não entenderam absolutamente nada. O ministro (Miguel) Rossetto chegou a dizer que quem estava na rua eram aqueles que não votaram na presidente. Eu me sinto até homenageado por essa afirmação de que todos que foram para as ruas eram meus eleitores. Se fosse assim, certamente eu teria vencido as eleições, e o Brasil não assistiria a um depoimento tão patético como esse, acompanhado de um grande panelaço - afirmou o senador.

Na entrevista, Aécio disse que o PT “tentou carimbar” as manifestações de domingo como se fossem uma tentativa de realizar um terceiro turno no país depois das eleições de outubro de 2014. Segundo ele, “foi mais um enorme equívoco” do governo.

- A manifestação vem mostrar um sentimento de indignação da sociedade brasileira com várias questões, como a corrupção deslavada, como a baixíssima qualidade dos serviços públicos e, em especial, com a mentira que foi a condutora da campanha de reeleição da presidente - disse. Aécio minimizou a “minoria inaceitável” que defende uma ruptura institucional, referindo-se aos cartazes pedindo intervenção militar para solucionar a crise, e pediu uma mea-culpa a Dilma Rousseff pela “baixa qualidade do ministério” e pela “interferência absurda” em setores estratégicos da economia, como da energia elétrica.

- Temos um governo nas cordas, que não consegue reagir minimamente a essas manifestações. Quanto mais distante desse sentimento, mais difícil será governar daqui por diante. A presidente precisa fazer um mea-culpa, pois todos nós estamos sujeitos a erros. E esse sentimento das pessoas, de que foram lesadas e enganadas pelo discurso da candidata, ajuda a alimentar esse caldo. Em qualquer situação, reconhecer os equívocos é o primeiro ponto para mostrar sinceridade na mudança de rumo - opinou.

O senador também refutou a tese de que a estratégia da oposição é ver a presidente “sangrar” em público até o final do seu mandato, como declarou o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP). “Queremos que o governo acorde. Que mude sua comunicação e sua forma de agir”, resumiu.

Ele afirmou que incentivou as manifestações, mas que preferiu não participar diretamente dos atos por entender que era o momento do povo ir às ruas e mostrar sua força. Aécio também respondeu que, caso tivesse sido eleito, enfrentaria “enormes dificuldades”, mas teria como vantagem o seu discurso de campanha:

- Dissemos a verdade durante a campanha. Seríamos o governo da previsibilidade. Esse governo vive uma crise de desconfiança que nós não viveríamos. O atual governo é ineficiente e corrupto - avaliou.

17 de março de 2015
in coroneLeaks

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