Indignadas com a sucessão de escândalos de corrupção na Petrobras, descobertos pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, as pessoas de bem correm o risco de não perceberem a gravidade de uma armação que atenta contra uma das maiores carências do cidadão brasileiro: a segurança pública.
Trata-se de um movimento patrocinado por parlamentares ligados ao atual comando do país e por ativistas de ideologias antidemocráticas que não medem consequências para implantar seus projetos de poder. Querem acabar com as polícias militares.
Especialistas em desconstruir reputações, essas pessoas desenvolveram um discurso sedutor, de aparência politicamente correta, para desmoralizar as PMs, supervalorizando deslizes localizados que, infelizmente, ocorrem em qualquer atividade humana.
E quando não ocorrem, é fácil produzi-los. Basta provocar o confronto, reagindo às ações destinadas a expulsar marginais de áreas habitadas por cidadãos honestos, cumprir decisão judicial de desocupação de propriedades públicas ou privadas e controlar manifestações que se tornam violentas.
A estratégia é passar para a população a ideia de que o policial militar é o bandido - não o traficante, o estuprador, o latrocida ou os políticos curruptos.
Mas ao cidadão atento não escapa a evidência de que se trata de uma tentativa sórdida de remover uma barreira incômoda aos que pretendem aumentar a concentração de poder em Brasília, atropelar as leis, desmoralizar a Justiça e, assim, quebrar a ordem institucional.
Tradição no Brasil desde os tempos coloniais, as forças policiais militares tiveram a sua missão, assim como a das polícias civis, confirmada pela Constituição "Cidadã" de 1988. As PMs são treinadas e armadas para fazer o policiamento ostensivo e executar ações que exigem o braço forte do Estado em defesa do cidadão.
As polícias civis cumprem indispensável papel de investigação e levantamento de provas e evidências que vão fundamentar as denúncias do Ministério Público à Justiça. Devem, portanto, dispor de aparato técnico e científico que aumente a eficiência de suas ações de inteligência.
Essa origem constitucional tem blindado as PMs dos ataques, às vezes sorrateiros, dos interessados em extingui-las, ou desarmá-las (o que daria no mesmo). Mas eles não desistem. Sempre que surge uma oportunidade, retomam o discurso e os projetos no Congresso. As manifestações de rua de 2013, por exemplo, foram amplamente usadas por esse lobby contra as PMs, como se os black blocs fossem os mocinhos e os policiais os bandidos.
Se forem desarmadas, é de se imaginar os militares da Rotam do Distrito Federal, em operações contra o tráfico (que já movimenta anualmente R$ 700 milhões, ou 0,5% do PIB local) nos arredores mais violentos de Brasília, oferecendo rosas em troca de armas e drogas ilegais. Ou o pessoal da PM mineira dialogando com os marginais que infernizam as famílias de quase todos os 853 municípios do estado, para que façam a gentileza de deixar o rendoso negócio do crack.
Com nossas fronteiras abertas ao contrabando de armas sofisticadas, descontinuar ou desarmar as PMs será deixar o cidadão vulnerável aos bandidos e as cidades entregues aos vândalos.
Trata-se de um movimento patrocinado por parlamentares ligados ao atual comando do país e por ativistas de ideologias antidemocráticas que não medem consequências para implantar seus projetos de poder. Querem acabar com as polícias militares.
Especialistas em desconstruir reputações, essas pessoas desenvolveram um discurso sedutor, de aparência politicamente correta, para desmoralizar as PMs, supervalorizando deslizes localizados que, infelizmente, ocorrem em qualquer atividade humana.
E quando não ocorrem, é fácil produzi-los. Basta provocar o confronto, reagindo às ações destinadas a expulsar marginais de áreas habitadas por cidadãos honestos, cumprir decisão judicial de desocupação de propriedades públicas ou privadas e controlar manifestações que se tornam violentas.
A estratégia é passar para a população a ideia de que o policial militar é o bandido - não o traficante, o estuprador, o latrocida ou os políticos curruptos.
Mas ao cidadão atento não escapa a evidência de que se trata de uma tentativa sórdida de remover uma barreira incômoda aos que pretendem aumentar a concentração de poder em Brasília, atropelar as leis, desmoralizar a Justiça e, assim, quebrar a ordem institucional.
Tradição no Brasil desde os tempos coloniais, as forças policiais militares tiveram a sua missão, assim como a das polícias civis, confirmada pela Constituição "Cidadã" de 1988. As PMs são treinadas e armadas para fazer o policiamento ostensivo e executar ações que exigem o braço forte do Estado em defesa do cidadão.
As polícias civis cumprem indispensável papel de investigação e levantamento de provas e evidências que vão fundamentar as denúncias do Ministério Público à Justiça. Devem, portanto, dispor de aparato técnico e científico que aumente a eficiência de suas ações de inteligência.
Essa origem constitucional tem blindado as PMs dos ataques, às vezes sorrateiros, dos interessados em extingui-las, ou desarmá-las (o que daria no mesmo). Mas eles não desistem. Sempre que surge uma oportunidade, retomam o discurso e os projetos no Congresso. As manifestações de rua de 2013, por exemplo, foram amplamente usadas por esse lobby contra as PMs, como se os black blocs fossem os mocinhos e os policiais os bandidos.
Se forem desarmadas, é de se imaginar os militares da Rotam do Distrito Federal, em operações contra o tráfico (que já movimenta anualmente R$ 700 milhões, ou 0,5% do PIB local) nos arredores mais violentos de Brasília, oferecendo rosas em troca de armas e drogas ilegais. Ou o pessoal da PM mineira dialogando com os marginais que infernizam as famílias de quase todos os 853 municípios do estado, para que façam a gentileza de deixar o rendoso negócio do crack.
Com nossas fronteiras abertas ao contrabando de armas sofisticadas, descontinuar ou desarmar as PMs será deixar o cidadão vulnerável aos bandidos e as cidades entregues aos vândalos.
17 de dezembro de 2014
Editorial Correio Braziliense
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