Dilma e Henrique Alves (PMDB): um dos ministeriáveis citados na Operação Lava Jat
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rejeitou a consulta proposta pela presidente Dilma Rousseff, que queria ter acesso a nomes de políticos investigados na Operação Lava Jato antes de definir a composição da equipe ministerial que a acompanhará no segundo mandato. A negativa de Janot foi revelada nesta terça (23) pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. À imprensa ele disse que o procurador foi consultado na noite de segunda (22) e imediatamente respondeu que não poderia atender ao pedido.
Segundo Cardozo, Janot destacou que as informações correm sob sigilo na Justiça. Por isso, até mesmo confirmar se algum político teve ou não seu nome citado poderia atrapalhar o andamento das investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
Apresentada durante café da manhã com jornalistas na segunda, a proposta de Dilma foi duramente criticada pela oposição. Lideranças do DEM e do PSDB consideraram a ideia "absurda" e disseram que ela é um indício de fragilidade do governo petista.
Sem a lista do Ministério Público, Cardozo comentou que a presidente usará as informações oficiais disponíveis na hora de indicar seus novos ministros. Ele não deixou claro se isso incluirá os nomes apontados na imprensa como alvos de suspeitas. "As informações disponíveis são aquelas que constam nos registros oficiais. Quando temos situações que são colocadas pela imprensa, que não são confirmadas ou desconfirmadas, isso passa por um plano de avaliação do próprio governo quanto àquilo que está posto", afirmou.
Cardozo também rebateu críticas do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que qualificou de "degradação institucional" a proposta da presidente, num comentário em sua conta no Twitter. Barbosa afirmou ainda que Dilma está sem "pessoas minimamente lúcidas" para aconselhá-la em situações de crise.
"Curiosa a crítica do Joaquim Barbosa", disse Cardozo, na entrevista desta terça. "Ter informações é algo básico. Natural que governantes queiram obter informações. Não se pediu assessoria ou consultoria [ao Ministério Público Federal], somente informações. Talvez o ministro Joaquim não tenha entendido bem."
(Folha de São Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário