"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 27 de dezembro de 2014

A JUDEOFOBIA NAS ONGs E NA ONU. OU: VOCÊ SABE PARA ONDE SUA CARIDADE VAI?


Caritas: um conceito cristão fundamental. E também um guarda-chuva organizacional que abriga 164 organizações mundiais oficialmente ligadas ao Vaticano e às entidades humanitárias mundo afora. O problema é um só: boa parte delas acaba indo contra a própria mensagem de caridade cristã e os anseios do Papa Francisco quando se trata de Israel e da paz no Oriente Médio.
 
Conversei em Israel com o representante da NGO Monitor, uma entidade que fiscaliza as ONGs internacionais em relação ao antissemitismo. Como Itai Reuveni explica, uma montanha de dinheiro circula nas campanhas contra Israel, parte financiada pelos governos democráticos da Europa, com ou sem conhecimento de seu destino pelos doadores.
 
Quando os inimigos de Israel perceberam que não seria possível derrotá-lo do ponto de vista militar, decidiram atacar a ideia de Israel.
A guerra passou a ser midiática. Como as flotilhas enviadas deliberadamente para causar reação militar, por exemplo, e expor ao mundo a “brutalidade” dos soldados israelenses no trato com “inocentes”. Israel seria alvo de uma forte campanha de boicote e isolamento.
 
Mas não só os países árabes colocam dinheiro em tais campanhas. Como a NGO Monitor demonstra, com fartura de dados, há muito dinheiro de governos europeus e de entidades católicas. Um misto de “judeofobia” com ignorância explica isso.
Há o que se chama de “the halo effect”, ou seja, é complicado atacar ONGs de Direitos Humanos e seus ativistas pois eles gozam de um salvo-conduto, de uma espécie de monopólio da virtude e das boas intenções.
 
Muita gente dá dinheiro para essas ONGs acreditando sinceramente em suas ações, sem o menor conhecimento de que servem para boicotar e difamar Israel, um país onde cristãos desfrutam de segurança e paz como nenhum outro na região.
Há pouca transparência nessas ONGs, nenhum mecanismo de pesos e contrapesos, de accountability, e o caminho fica livre para seus líderes abusarem da inocência de seus financiadores.
 
Claro, há também aqueles que sabem para onde vai o dinheiro, e mesmo assim doam. Esses alimentam uma “judeofobia” que vai claramente contra os princípios cristãos, sendo que o Cristianismo deve muito ao Judaísmo. George Soros é um desses que financia ONGs que acabam por atacar Israel, e parece improvável o investidor bilionário não ter noção do que faz.

Não são apenas as ONGs de Direitos Humanos que endossam essa campanha contra Israel; a própria ONU age assim. E não é de hoje. Na verdade, da forma como são selecionados os países membros, o viés anti-Israel fica evidente.
 
Quando foi formado o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, que sepultou a antiga Comissão de Direitos Humanos, tomada por completo descrédito devido aos membros com péssima reputação, havia entre as 47 nações eleitas para compor o novo conselho ditaduras como Cuba, Arábia Saudita e China, além de países como Paquistão e Rússia, onde os tais “direitos humanos” passaram bem longe. Para piorar, a subsecretária do Conselho de Direitos Humanos da ONU para a mulher é presidida pelo Irã! Resgatar a credibilidade da instituição dessa forma parece um tanto estranho, para dizer o mínimo.
 
Esse viés contra Israel fica explícito e escancarado quando avaliamos a quantidade de condenações oficiais expedidas pela ONU. Em 2014, Israel foi disparado o principal alvo. Será que o país comete mais abusos aos direitos humanos do que o Sudão, a Líbia, a Síria, a Venezuela ou Cuba? Parece uma piada de mau gosto. Eis a imagem que resume o absurdo:
 
UN x Israel

Como não ficar chocado com tamanho viés? Como ainda levar a sério a ONU e as ONGs internacionais de Direitos Humanos? É uma pena, além de revoltante, pois desqualifica uma ideia louvável, que é lutar pelos direitos humanos universais.
Esse ridículo viés mostra que não são aqueles que realmente abusam dos direitos humanos os principais alvos, e sim um país democrático, plural e com amplo respeito às minorias como Israel.
 
E essa campanha difamatória bancada por governos europeus e cristãos do mundo todo, de forma consciente (algo temerário) e inconsciente (a maioria dos casos).
Portanto, caro leitor, nessa véspera de Natal, quando é comemorado o nascimento de um judeu que se tornou o ícone do Cristianismo, seria bom perguntar para onde sua caridade vai:
para lutar efetivamente pela paz, ou para disseminar o ódio aos judeus?
 
Feliz Natal e Shalom!

27 de dezembro de 2014
Rodrigo Constantino

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