Dilma manda proposta ao Congresso para maquiar orçamento de 2014. Rombo no superavit primário está em R$ 60 bilhões.
A oposição vai tentar barrar o projeto encaminhado nesta terça-feira (11) ao Congresso que aumenta o limite de abatimento do superavit primário com gastos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e desonerações concedidas em 2014. Apesar de serem minoria na Comissão de Orçamento, que vai analisar a proposta, os oposicionistas prometem buscar apoio de aliados da presidente Dilma Rousseff contra o projeto.
Para congressistas do DEM e PSDB, a alteração na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) com a mudança da meta de superávit comprova a "falência" do governo federal. "É a confissão da presidente de que foi irresponsável na gestão das finanças do Estado, gastou mais do que arrecadou. É a herança maldita que a candidata Dilma Rousseff nega à presidente reeleita Dilma Rousseff", disse o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP). O tucano disse que a oposição não vai colocar sua "impressão digital nessa anistia à irresponsabilidade na gestão das contas públicas" do país. "Da nossa parte, não terá perdão", afirmou.
Presidente do DEM, José Agripino Maia (RN) disse que a meta do governo traduzia o panorama econômico com despesas maiores que o previsto pelo Executivo. "Com esse projeto, o governo deveria dizer: eu concordo que falhei. A campanha eleitoral foi uma uma sucessão de meias verdades e enganações. Isso está provado agora."
Pela proposta original da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), o governo podia abater da meta R$ 67 bilhões. Agora, o abatimento poderá ser de tudo o que for gasto com o PAC e de desonerações. Até outubro, este valor já estava em R$ 127 bilhões. Na prática, o governo poderá compensar quase todo descumprimento da meta de superavit deste ano, que já havia sido revisada de 3,1% para 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto).
A proposta foi enviada nesta terça-feira (11) ao Congresso, alterando a LDO de 2014 para reduzir a meta de superavit primário, a economia que é feita para o pagamento de juros da dívida pública, e tentar fechar as contas.
(Folha Poder)
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