Com a perspectiva de que Marina Silva (PSB), terceira colocada no primeiro turno eleitoral, declare seu apoio a Aécio Neves (PSDB) na corrida do segundo turno ao Planalto, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou nesta terça-feira (7) que, a quem quer que Marina declare apoio, ela irá perder “substância política”.
Sua fala é uma indicação de que Marina deveria permanecer neutra na disputa para não derrubar o seu discurso em defesa de uma terceira via na política brasileira. “Ela vai pensar no que é melhor para ela. Acho que aderir a um dos campos – seja nós, seja o Aécio – ela vai perder um pouco de substância política”, disse.
Marina já sinalizou que irá apoiar Aécio no segundo turno. Ela agora negocia com o tucano a inclusão de alguns pontos que ela defende para um novo governo. Marina deve anunciar sua posição na quinta-feira (9).
Rui Falcão está em Brasília para participar de uma grande reunião com a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, com governadores e senadores da base aliada eleitos no primeiro turno, os presidentes dos partidos do conselho político da campanha, candidatos ao governo em estados que ainda terão segundo turno e ministros envolvidos diretamente com a campanha petista.
“MENOS RUIM” É DILMA
Um dos novos integrantes da cúpula de campanha, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), avalia que os 22,1 milhões de votos obtidos por Marina devem ir, em grande parte para Dilma e não para Aécio. “Aécio não é a mudança dos marinistas. As pessoas apostaram no 1º turno para alguém.
Se essa pessoa não está mais no 2º turno, acho que as pessoas devem procurar, digamos, o menos ruim, já que o bom pra eles era a Marina. Então eles vão perguntar quem é o menos ruim? Eu sou suspeito pra falar, mas acho que a Dilma”, disse ao chegar para a reunião.
Para Wagner, Aécio é “alternância” e não uma mudança concreta. O governador avalia que será possível angariar na Bahia cerca de 15% a 20% a mais de votos para Dilma. A petista alcançou 4,2 milhões de votos no estado, ficando com 61,44% dos votos válidos. Aécio e Marina conquistaram cerca de 1,2 milhão de votos cada um.
Questionado sobre o péssimo desempenho do PT em São Paulo, Falcão afirmou que o partido se reunirá na próxima quinta-feira (9) para discutir internamente o que aconteceu e o quais estratégias serão adotadas para fortalecer a candidatura de Dilma no segundo turno. O ex-presidente Lula comandará o encontro.
“Vamos ter uma plenária grande na quinta-feira para mobilizar todas as lideranças no estado para fazer uma análise do que ocorreu no primeiro turno, retificar caminhos quando necessário e botar a campanha na rua para ter um resultado diferente no segundo turno”, disse.
AJUDA DA MÍDIA
O presidente do PT acusou o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, reeleito em primeiro turno, de ter tido uma “grande proteção” feita por “parte da mídia monopolizada no Estado” e pela Assembleia Legislativa, que não permitiu a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para averiguar as denúncias de cartel no metrô de São Paulo.
“Nós fizemos uma candidatura que deu o sangue, que se desdobrou bastante para obter uma boa votação mas havia uma proteção muito grande ao governador, que enfrenta uma crise séria de abastecimento de água, o problema da segurança pública é clamoroso, com o aumento do índice de homicídios, a saúde e a educação não funcionam bem”, afirmou.
Apesar de nos bastidores o próprio partido ter se mostrado insatisfeito com o trabalho desenvolvido pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, responsável pela coordenação da campanha de Dilma em São Paulo, Falcão fez questão de dizer “não há nenhuma crítica nossa à condução do Marinho na coordenação da campanha”.
No entanto, o ex-ministro Alexandre Padilha (Saúde), que perdeu a corrida pelo governo paulista, será incorporado à coordenação de campanha de Dilma em São Paulo, ao lado do presidente do PT paulista, Emidio de Souza. Eles auxiliarão Marinho na campanha.
Em São Paulo, Aécio teve mais votos do que Dilma em 565 das 645 cidades (88%). Em 2010, o então candidato do PSDB, José Serra, que é de São Paulo, venceu a petista em 411 cidades.
09 de outubro de 2014
Mariana Haubert
Sua fala é uma indicação de que Marina deveria permanecer neutra na disputa para não derrubar o seu discurso em defesa de uma terceira via na política brasileira. “Ela vai pensar no que é melhor para ela. Acho que aderir a um dos campos – seja nós, seja o Aécio – ela vai perder um pouco de substância política”, disse.
Marina já sinalizou que irá apoiar Aécio no segundo turno. Ela agora negocia com o tucano a inclusão de alguns pontos que ela defende para um novo governo. Marina deve anunciar sua posição na quinta-feira (9).
Rui Falcão está em Brasília para participar de uma grande reunião com a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, com governadores e senadores da base aliada eleitos no primeiro turno, os presidentes dos partidos do conselho político da campanha, candidatos ao governo em estados que ainda terão segundo turno e ministros envolvidos diretamente com a campanha petista.
“MENOS RUIM” É DILMA
Um dos novos integrantes da cúpula de campanha, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), avalia que os 22,1 milhões de votos obtidos por Marina devem ir, em grande parte para Dilma e não para Aécio. “Aécio não é a mudança dos marinistas. As pessoas apostaram no 1º turno para alguém.
Se essa pessoa não está mais no 2º turno, acho que as pessoas devem procurar, digamos, o menos ruim, já que o bom pra eles era a Marina. Então eles vão perguntar quem é o menos ruim? Eu sou suspeito pra falar, mas acho que a Dilma”, disse ao chegar para a reunião.
Para Wagner, Aécio é “alternância” e não uma mudança concreta. O governador avalia que será possível angariar na Bahia cerca de 15% a 20% a mais de votos para Dilma. A petista alcançou 4,2 milhões de votos no estado, ficando com 61,44% dos votos válidos. Aécio e Marina conquistaram cerca de 1,2 milhão de votos cada um.
Questionado sobre o péssimo desempenho do PT em São Paulo, Falcão afirmou que o partido se reunirá na próxima quinta-feira (9) para discutir internamente o que aconteceu e o quais estratégias serão adotadas para fortalecer a candidatura de Dilma no segundo turno. O ex-presidente Lula comandará o encontro.
“Vamos ter uma plenária grande na quinta-feira para mobilizar todas as lideranças no estado para fazer uma análise do que ocorreu no primeiro turno, retificar caminhos quando necessário e botar a campanha na rua para ter um resultado diferente no segundo turno”, disse.
AJUDA DA MÍDIA
O presidente do PT acusou o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, reeleito em primeiro turno, de ter tido uma “grande proteção” feita por “parte da mídia monopolizada no Estado” e pela Assembleia Legislativa, que não permitiu a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para averiguar as denúncias de cartel no metrô de São Paulo.
“Nós fizemos uma candidatura que deu o sangue, que se desdobrou bastante para obter uma boa votação mas havia uma proteção muito grande ao governador, que enfrenta uma crise séria de abastecimento de água, o problema da segurança pública é clamoroso, com o aumento do índice de homicídios, a saúde e a educação não funcionam bem”, afirmou.
Apesar de nos bastidores o próprio partido ter se mostrado insatisfeito com o trabalho desenvolvido pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, responsável pela coordenação da campanha de Dilma em São Paulo, Falcão fez questão de dizer “não há nenhuma crítica nossa à condução do Marinho na coordenação da campanha”.
No entanto, o ex-ministro Alexandre Padilha (Saúde), que perdeu a corrida pelo governo paulista, será incorporado à coordenação de campanha de Dilma em São Paulo, ao lado do presidente do PT paulista, Emidio de Souza. Eles auxiliarão Marinho na campanha.
Em São Paulo, Aécio teve mais votos do que Dilma em 565 das 645 cidades (88%). Em 2010, o então candidato do PSDB, José Serra, que é de São Paulo, venceu a petista em 411 cidades.
09 de outubro de 2014
Mariana Haubert
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