Aécio não vence se perder tempo atrás de Marina e não atacar pecados políticos e econômicos do PT
09 de outubro de 2014
Os estrategistas de Aécio Neves começam a cometer erros primários, de um discurso estranhamente defensivo, para a disputa fatal do segundo turno contra Dilma Rousseff. Os petistas já perceberam as falhas de recuo do adversário e vão explorá-las na ofensiva. O poder de mobilização para difamar Aécio, principalmente para manter a neutralizada do eleitorado de Marina Silva, é uma das ações previsíveis dos marketeiros petistas.
O primeiro erro de Aécio é insistir na busca “desesperada” do apoio do PSB (que sempre foi parceiro do PT) e de Marina Silva (que sempre joga sozinha). O segundo pecado, que o economista Armínio Fraga ameaça cometer, é prometer uma gestão econômica tão boa “quanto foi a do petista Antonio Palocci”, acusando Dilma de ter mudado a política de Lula (o que não é verdade). A terceira falha é não aumentar o poder ofensivo contra os petralhas, nos escândalos da Lava Jato, Petrobras, Mensalão e, agora, o uso eleitoreiro dos Correios.
Se quiser vencer, Aécio Neves precisa se descolar dos conselhos de Fernando Henrique Cardoso – que sempre se comporta como um priminho briguento do velho amigo Luiz Inácio Lula da Silva, sem partir para uma efetiva ofensiva contra a petralhada que o ataca duramente. Aécio Neves também tem de deixar claros os pontos de seu projeto de “mudança” para o Brasil. Também precisa ser mais explícito no compromisso de acabar com a reeleição. Aécio vacilou ao defender um mandato presidencial de cinco anos, porém jogando toda a responsabilidade sobre o assunto ao Congresso – que deseja nada mudar.
Aécio não vencerá a eleição se não comprovar ao eleitorado, claramente, que o PT tem um projeto autoritário para o Brasil. Perderá fácil para Dilma se não demonstrar que a crise econômica tornará o País inviável a partir de 2015. Também sairá derrotado se a base tucana já eleita permanecer na zona de conforto de uma pretensa oposição, preferindo apenas fazer o jogo de cena de quem compete mas, no fundo, não tem tanta vontade assim de vencer para fugir da obrigação de segurar a bomba que vem pela frente.
Aécio chegou ao segundo turno porque aumentou sua ofensiva de discurso quase na véspera da eleição. Se não demonstrar mais poder ofensivo ainda, não terá chances contra os petralhas cheios de grana e com a máquina de fabricar votos na mão. O tal “mercado” já deu sinais de que deseja Aécio no poder. Mas Aécio precisa comprovar o mesmo desejo com atitudes e palavras que desmontem o nazicomunopetralhismo. O plano bolivariano do Foro de São Paulo segue em frente...
Lembre-se, Aécio: a vergonhosa derrota para o PT em Minas Gerais foi uma prova evidente da fragilidade do PSDB na disputa real pelo poder.
Presidente adjunto
Indo ou fondo?
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
09 de outubro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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