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Todas as manchetes destacaram a expressão “metamorfose ambulante”, que o candidato Aécio Neves usou para descrever Marina Silva, aquela “que altera suas convicções ao sabor das circunstâncias”, de modo que a melhor frase de Aécio acabou escondida no noticiário:
“É a Marina que se calou no escândalo do mensalão e continuou no governo petista?”
Eu havia escrito no texto “Como vencer Marina Silva” que Aécio deveria mostrar que ela “ficou no partido mesmo após o mensalão”, e agora finalmente, como diz a reportagem da VEJA.com, ele “resolveu atender aos apelos de integrantes de sua campanha e disparou contra a adversária do PSB”, atacando ao mesmo tempo o PT. Sabe como é: Aécio detona as adversárias quase a contragosto, é preciso que seus partidários, decerto meus leitores, apelem para que ele o faça.
Eis a sua fala completa, com cinco anos de atraso:
“O improviso não é o melhor conselheiro. De um lado, temos um governo que reage aos índices das pesquisas alterando as suas convicções, com certo desespero, o que não é bom. Do outro lado, o que vejo é uma candidatura que mais se assemelha a uma metamorfose ambulante, que altera suas convicções ao sabor das circunstâncias.
Em qual Marina o eleitor pretende votar, a que ataca ou a que foi do PT? A que defende os pilares macroeconômicos ou a que votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal no Congresso Nacional quando era do PT? É a Marina que se calou no escândalo do mensalão e continuou no governo petista?”
Quando Aécio “sobe o tom”, como se diz, isto é o máximo que sai, mas é melhor do que nada. Comentei ainda no Facebook um trecho de sua entrevista desta quarta no Jornal da Globo, aquela para a qual Dilma amarelou:
O candidato também havia dito na terça que o programa de governo de Marina continha uma “cópia exata” do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), do governo de Fernando Henrique Cardoso: “Ela poderia ter pelo menos dado crédito aos autores verdadeiros da proposta e a FHC.”
Em encontro nesta quarta com a categoria médica, na Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, Marina respondeu com o cinismo de hábito: “A defesa dos direitos humanos não deve ser privatizada por nenhum partido. Essa é uma visão pouco generosa das conquistas humanas.” Petista de raiz é assim: rouba a ideia dos outros e, quando pega em flagrante, reclama da falta de generosidade deles. (Como se, aliás, o pavor do PSDB de partir para o ataque não fizesse dele o adversário mais generoso que uma candidata pode ter.)
Marina disse ainda que se sentiria “feliz e honrada” se algum candidato incluísse em suas propostas projetos de sua autoria como a Lei de Gestão de Florestas Públicas: “Eu não tenho uma atitude exclusivista”, disse ela. Quer dizer: ao ser plagiado, manda o manual de etiqueta dos petistas de raiz que a vítima se sinta “feliz e honrada”, e não faça alarde para informar ao público a autoria que ela não informou. A quem faltou a generosidade, não é mesmo?
Qualquer semelhança da atitude de Marina com a recomendação “Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz”, atribuída a um dos ídolos socialistas do PSB, Vladimir Ilitch Lenin, não é mera coincidência. Tampouco é que Lenin tenha celebrado os sovietes ou conselhos operários instituídos em 1905 como “expressão da criação do povo”, conselhos estes que serviram de pilares do regime comunista soviético e que o decreto socialista do PT de número 8.243 recria no Brasil com apoio dela mesma: a rainha de todas as ONGs e quem sabe a nova menina dos olhos do Foro de São Paulo, Marina Silva.
Eu, como não sou concorrente de nenhum deles, deixo que Marina me “plagie” para atacar Dilma, como mostrei aqui, e que Aécio me “plagie” para atacar Marina. Sou um homem mui generoso. Tanto que deixo até uma sugestão final para os dois, embora eu saiba que esta eles não vão usar:
10 de setembro de 2014
in a direita brasileira em ação
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