"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

UMA ENTREVISTA VEXATÓRIA... MAS CONVENHAMOS: RESPONDER O QUÊ?



Foram pouco mais de 15 minutos difíceis de enfrentar e de assistir. Em entrevista ao Jornal Nacional, ontem à noite, a presidente Dilma Rousseff (PT) teve que respirar fundo para não se descontrolar abertamente frente aos questionamentos incisivos dos apresentadores Willian Bonner e Patrícia Poeta. Dilma deve ter se surpreendido com a inquirição dura, especialmente de Bonner.

Deve ter achado que, apesar de terem apertado os entrevistados anteriores – Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, que teve performance excelente no confronto, um dia antes de morrer -, os dois pegariam mais leve com ela pelo fato de ser presidente.
E saiu-se mal. Muito mal.
Por um motivo simples: Dilma não respondeu aos questionamentos que lhe foram dirigidos por Bonner a respeito de os petistas condenados pelo mensalão, aos quais o apresentador se referiu literalmente como corruptos, terem sido defendidos pelo PT, o partido da presidente.

Como também evitou se pronunciar claramente frente à pergunta do apresentador sobre o quadro difícil vivido pela economia, com inflação alta e baixo crescimento. Bonner queria saber se atribuir os problemas econômicos nacionais à crise internacional não era fugir da responsabilidade de uma gestão petista que vai para o 12º ano.

A presidente preferiu sair pela tangente, tergiversar. Ficou evidente, claro como água limpa, que tentava enrolar os apresentadores e, principalmente, os telespectadores. Foi horrível ver que Dilma não enfrenta as questões do país que dirige de frente e pelos quais, sim, é em grande parte responsável.
Um exagero dizer que Dilma trocou as bolas, evidenciando sua prosaica dificuldade de expressão. Pelo contrário, agiu deliberadamente no sentido de tentar ocultar aquilo que se pode ver a olho nu e torna transparentes os fracassos de seu governo. Um vexame!

25 de agosto de 2014
Raul Monteiro / Política Livre

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