No Código Florestal, mesmo derrotada por mais de 90% dos votos, Marina Silva contestou o Congresso Nacional, incentivando pressões até mesmo físicas e ataques levianos contra os parlamentares. Moveu uma campanha nacional e internacional para peitar o Legislativo e afrontar a democracia. Essa é Marina Silva. No seu programa de governo está lá o fim da democracia representativa.
"Pessoas da equipe estavam sistematizando informações que ainda não haviam passado nem por Neca nem por Maurício, que são os coordenadores do programa, e muito menos por mim e Eduardo", disse Marina em referência ao ex-governador Eduardo Campos, morto no dia 13 de agosto em acidente de avião em Santos.
"O documento a que tiveram acesso não é o documento que eu e Eduardo revisamos, então eu não posso falar de coisas que não é o documento oficial da campanha", disse Marina, que fez corpo a corpo no Centro de Tradições Nordestinas durante cerca de duas horas.
Conforme mostrou o Estado neste domingo, o texto prévio do programa, que ainda pode sofrer alterações pela campanha, defende a ampliação dos canais de democracia direta, como plebiscitos e consultas populares, e o controle das atividades dos políticos por conselhos sociais.
As mudanças pretendem ser a resposta da candidatura às manifestações populares de junho do ano passado. "Elas revelaram ao mesmo tempo o distanciamento entre governos e população e o desejo de mudança na forma de administrar", diz o documento.
Indagada sobre como a democracia participativa que propõe vai ser incluída no programa de campanha, a candidata disse: "O nosso documento fala de aprofundar a democracia. Aprofundar a democracia significa a valorização das instituições e que essas instituições e as representações políticas possam estar ligadas à sociedade brasileira".
"Para isso é preciso que existam meios de conectar os representantes e os representados, esse é o esforço que nós estamos fazendo, respeitando sobretudo o desejo que a sociedade tem de melhorar a qualidade da política, de melhorar a qualidade das instituições públicas", completou.
(Estadão)
(Estadão)
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