"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 21 de março de 2014

LULA DA SILVA, O COMPLEXADO


Num tremendo jogo pirotécnico de marketing, como se ainda fosse presidente, vai Lula caminhando pelo mundo “ser droite na vida”…
 
Agora recebeu tremenda homenagem francesa, um título de doutor honoris causa, ele que sempre se envaideceu de só ter o curso primário, tendo vencido completamente na vida através da esperteza e demonstrando aos incautos brasileiros que vale mesmo a pena a esperteza e a impunidade (não necessariamente nessa ordem).
 
Lula produziu, em oito anos, o governo mais corrupto de que se tem notícia. Diante de seus feitos, um outro presidente impedido poderia ser suposto mero punguista de trem da central. Ambos foram, seriam e serão sempre inocentados pelas cortes superiores de nosso país, que não mais distinguem a fronteira entre o que é legal e o que é moral. Elidem alguns desses magistrados a vergonha na cara em nome de tecnicalidades e favores que ocultamente custam caro e muito caro e agora são chamados, com rara felicidade e maestria, de “bandidos de toga”…
Lula interpretou bem a alma da nacionalidade e percebeu muito cedo que seus eleitores são inclusive muito piores do que os políticos que eles elegem.
 
Juntou toda a direita oligárquica em torno dele, desde os ladrões de carrocinha de pipoca, passando pelos fazendeiros sem fazenda, até os donos de capitanias do nordeste e norte. Concedeu aos pobres um bolsa-família que conseguiu o extraordinário recorde de permitir que 86% dos seus usuários queiram continuar usufruindo da benesse para sempre, ou seja, jamais sairão do lugar e darão voto garantido aos governos petistas…
 
O presidente tornou-se muito rico, assim com como sua família, e faz agora um trottoir burguês pelo mundo, recebendo prêmios e comendas, refestelado em hotéis de luxo e proferindo palestras para quem puder desembolsar milhares de dólares. Serve também de macaquinho de empreiteiras brasileiras ou ponta de lança de grandes empresas, mero lobista que desvestiu a faixa presidencial para aceitar papéis menos nobres de estimulador de gordas comissões.
 
É o rei dos consultores, mas tem um problema no seu mar de rosas. Jamais teve e terá a cultura de seu maior rival de alcova, o ex-presidente Fernando Henrique. O “príncipe dos sociólogos”, que também não é flor que se cheire, pelo menos sempre foi culto, poliglota, embora seu governo também tenha sido eivado de irregularidades, a ponto de um de seus ministros haver cunhado célebre frase que ficou para a História: “senhores, chegamos ao limite da responsabilidade…”
Pois bem. Lula tem tudo, mas inveja a cultura do outro. Não conseguiu ler, porque dá azia; serve-se de truques aprendidos em reuniões de sindicato para convencer os outros e chegou até a iludir os franceses no caso da compra dos 36 caças Rafalle, que afinal cozinhou em banho-maria e gerou até a defecção de um ministro da Defesa por sua sucessora.
Lula é amigo íntimo do álcool, mas tem vergonha de sua condição. Bebe sempre a portas fechadas, embora em seu governo tenhamos visto muitos “dias seguintes”, em que o presidente, com as faces vermelhas e olhos esbugalhados de ressaca, lembrando a noite anterior, vociferava contra adversários. Quem não se lembra das platitudes e batatadas do presidente, levanta a mão?
 
Como é possível ver Lula alçado a líder mundial, espalhando conselhos aos europeus e norte-americanos, como se fosse um arauto da sabedoria?
Ao invés de envaidecer a nós brasileiros, nessa terra inculta e sem premio Nobel, observamos na verdade o quanto desceu, em nome de contratos futuros não assinados, a França e o quanto desceu o mundo em termos de mediocridade intelectual. Hoje, com raras exceções, os líderes mundiais de nosso tempo são uns merdas…
 
Na verdade, não teremos julgamento algum de mensalão, a não ser o que afeta as oposições, porque as chicanas jurídicas, acompanhadas pela capacidade de advogados caros, impedirão que o relator possa prosseguir no intento.
Vivemos, num país, de mediocridade, em que o cidadão comum tem vergonha de ser honesto. Como disse a deputada Cidinha Campos: “a corrupção está no DNA do brasileiro, quanto mais ladrão mais querido.”
 
A frase resume nossos leitmotivs, bem como nossa enteléquia. Aliás, a palavra “brasileiro” significa “traficante de pau-brasil junto à coroa portuguesa”. Nosso atavismo de corrupção está no sangue…
E Lula corporifica tudo isso que somos no subconsciente e que através de esforços civilizatórios tentamos, em vão, aperfeiçoar…
 
Nosso ex-presidente, contudo, exibe uma pontinha de ciúme do antecessor, porque não conseguiu estudar. Compete com ele, nos lapsus linguae, que profere, como na tosca epígrafe desse artigo. Embora seja ídolo de nossa gente, et pour cause, não consegue inibir o complexo de inferioridade que mantém intacto no subconsciente. Quando este aflora, ataca os intelectuais e as elites que ele agora frequenta, na figura do antecessor, sem compreender que agora a elite é ele, o burguês é ele, com contas no exterior e fazendas no interior do país…
 
Todo mundo sabe disso e a polícia federal não pode sair em seu encalço, porque o buraco é mais embaixo. Não viram o que aconteceu no STJ, no julgamento da operação Boi Barrica, envolvendo os Sarney? Não acontece, não dá, não sobe…
Sabemos que temos, no país, uma espécie de santíssima trindade administrativa: a Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público, mas, além de suas limitações constitucionais, são jungidos por limitações políticas que nossos podres costumes impõem…
"E como todos estão comprometidos, salvam-se todos no camburão, ops., desculpe, no caldeirão das elites…"
Lula, o complexado semi-analfabeto que chegou à presidência, tornou-se o gênio da raça e tudo no Brasil teve que descer à sua imagem e semelhança.
Tudo o que nos acontece tem a cara dele, incluindo eventos futuros, como a Copa e as Olimpíadas. Nós vemos o país patinando em infraestrutura, desindustrializando-se a passos largos e as cidades degenerando-se em violência e estagnação.
A juventude preocupada com drogas e homossexualismo, ao invés de se centrar nos estudos e no desenvolvimento do país. E a mídia, preocupada em estupidificar o povo, em nome de uma pretensa audiência comercial.
Na verdade, a esperança é a Internet, antes que os Dirceu da vida a possam censurar, tendo instaurar um regime cubano ou coreano do norte, com todas as consequências funestas que já conhecemos.
O complexado continuará viajando o mundo com sua entourage, forçando-nos a recordar toda a sua trajetória dentro do país. Está clara a sua estratégia de ser coroado um Nobel da Paz, cobrindo o país mais uma vez de vergonha e nossas elites de frouxos de risos.
 
Porque além de sermos reconhecidos lá fora como o país do samba, do carnaval, das florestas tropicais, bem como da violência e da corrupção irrefreáveis, vamos ter que engolir o complexado, como se fosse nossa marca registrada do século XXI.
 
É dose, mas Freud explica!

21 de março de 2014
Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta

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