"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

A FRENTE DO FED, YELLEN DEVE CONTINUAR A CORTAR OS ESTÍMULOS À ECONOMIA

 

Primeira mulher à frente do Fed, Yellen deve continuar a cortar os estímulos à economia

Economista assume comando do BC dos EUA em meio às turbulências nos países emergentes

A economista Janet Yellen assume oficialmente o comando do maior banco central do mundo, o Federal Reserve, neste sábado, 31. Ela terá o desafio de normalizar a política monetária dos Estados Unidos e de melhorar a comunicação da instituição com o mercado financeiro. Janet terá a tarefa de voltar a elevar os juros do país, medida que já vem tendo repercussões mundiais mesmo antes de acontecer e causando turbulências nos países emergentes. A cerimônia oficial ocorre na segunda-feira, 3.
 
 - Reuters
Reuters

 
 
Economistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, não esperam rupturas nessa transição e apostam que Yellen vai seguir com essa política de estímulos, reduzindo gradualmente as compras mensais de ativos e voltando a subir as taxas de juros apenas no final de 2015, ou como preveem bancos como o Bank of America Merrill Lynch, só no início de 2016. A perspectiva de juros mais altos nos EUA tem levado investidores a retirar recursos aplicados em emergentes.Yellen é a primeira mulher a comandar o Fed e sempre apoiou a política monetária ultra-acomodatícia adotada pelo presidente Ben Bernanke, que se despede do cargo nesta sexta-feira depois de oito anos.
"Yellen foi a escolha certa para mostrar continuidade da política monetária", avalia o economista-chefe do banco RBC Capital Markets, Tom Porcelli. A economista, diz ele, vai escrever o "último capítulo" de uma política de estímulos monetários que começou no país no final de 2008 e já injetou US$ 4 trilhões no mercado financeiro. O desafio dela agora, avalia, é mostrar ao mercado que os juros básicos dos EUA vão demorar a subir, mesmo com as compras mensais de ativos se encerrando no final deste ano.
Se Bernanke aumentou a transparência do Fed desde 2006, Yellen terá o desafio de melhorar ainda mais a comunicação do BC, sobretudo em tempos de mudança na política monetária que tem mexido com os mercados financeiros mundo afora. O assunto foi tema principal de uma longa reportagem do The New York Times sobre o futuro de Yellen no Fed. Em seu último relatório, comentando as recentes turbulências nos mercados emergentes, o Fundo Monetário Internacional (FMI) também chamou atenção para o fato de que uma boa comunicação do Fed é essencial nesses tempos de maior incerteza.
O economista-sênior do Peterson Institute for International Economics, um centro de estudos e pesquisas econômicas de Washington, e ex-diretor do Fed, David Stockton, sugere que Yellen institua entrevistas coletivas após cada reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Atualmente só algumas reuniões são seguidas de entrevistas, de acordo com um cronograma divulgado anualmente pelo Fed. O diretor também toca em um ponto que vem levantando discussões em Wall Street. Os dirigentes regionais do Fed deveriam se pronunciar menos em público, diz ele. Em 2013, avalia Stockton, eles mais confundiram o mercado do que explicaram. Muitos dirigentes estavam mais preocupados em se promover do que em discutir política monetária, diz o economista, e passaram uma série de opiniões divergentes sobre os rumos da estratégia do Fed.
Yellen tem 67 anos, dos quais 36 passados no Fed, e é casada com o professor George Akerlof, prêmio Nobel de economia. Ela será a 15ª presidente do BC dos EUA. Um dos pontos sempre mencionados sobre ela é o PhD na Universidade de Yale. Foi lá que ela estudou com o professor keynesiano James Tobin. Yellen depois declarou que ele a ajudou a ter visão do lado real da economia, de como, por exemplo, a política econômica pode estimular a criação de empregos. Em Yale foi onde também Yellen teve aulas com Joseph Stiglitz, que publicou estudos mostrando que os mercados não são eficientes. Yellen acredita que os mercados precisam ser regulados para prevenir abusos e os especialistas acham que essa percepção será uma de suas marcas à frente do Fed.
Fischer. O vice-presidente do Fed será Stanley Fischer, ex-presidente do BC de Israel e ex-executivo do Citigroup que foi também professor de Bernanke no MIT e deu aulas a outros nomes ilustres, como o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. A economista da firma de serviços financeiros International Strategy and Investments, Krishna Guha, escreve em uma análise a clientes que Fischer complementa Yellen em algumas áreas, porque ele tem a experiência internacional em Israel e ainda comandou o BC na crise financeira de 2008, além de ter um histórico em Wall Street, por ter trabalho no Citi. O presidente da gestora Pimco, Mohamed El-Erian, diz que os dois formam um "time dos sonhos".
01 de fevereiro de 2014
Altamiro Silva Júnior -  Agência Estado

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