Governo desconfia que Fifa fez ataque coordenado de mídia para denunciar caos pré-Copa
A desorganização, por má gestão e evidências de corrupção por excesso de custos, em torno dos projetos para viabilizar a Copa da Fifa no Brasil tende a deixar o governo petista internacionalmente muito mal na fita. Os marketeiros do Palácio do Planalto não sabem como conter os efeitos negativos de uma reportagem da Thompson Reuters, em espanhol, e da entrevista dada pelo coordenador técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, criticando a bagunça e quebra de compromissos na infraestrutura para o mundial de futebol. A venda de peixes podres vai prejudicar Dilma...
Na pancada dada pela agência de notícias britânica, foi analisado que os sinais de problemas para o mundial de 2014 eram conhecidos desde 2007, quando o Rio de Janeiro se esforçou para realizar os Jogos Pan-Americanos – evento relativamente menor que uma copa do mundo de futebol, em termos esportivos globais. “O excesso de custos, uma obra de metrô que nunca se materializou e constantes atrasos nos locais de competição, muitos dos quais concluídos no último minuto, deviam ter soado o alarme do Zurique”.
No entanto, segundo a matéria, três meses depois do PAN, o Brasil assumiu a organização da Copa do Mundo de 2014, quase sem oposição. A Reuters detona: “Perguntas sobre a infraestrutura do Brasil em ruínas, os problemas sociais, a criminalidade e a violência foram negligenciados no país por meio de elogios por suas realizações no campo. Nos seis anos e meio, desde então, com a organização do Mundial aconteceu o mesmo que com a preparação para o Pan. Incapaz de fazer muito, a FIFA tem visto como os organizadores falharam prazos, ignoraram os orçamentos originais cortados e descumpriram projetos de infraestrutura, que deixaram um legado do torneio”.
A pancada de Parreira pode doer mais, porque a reclamação vem de dentro da seleção. Além disso, a queixa, sincera e baseada em dados reais, pode ser vista como um recado indireto dos gestores da Fifa descontentes com o governo brasileiro. Na entrevista para o programa de rádio CNE Esportes, Parreira foi na mesma linha ofensiva da Reuters: “A gente queria tudo para a Copa, mas para a Copa foi um descaso total. Vejo que os aeroportos vão ser licitados a partir de março, três meses antes. É uma brincadeira, fomos indicados há sete anos e só agora vão licitar os aeroportos?”. Lembrando que o torcedor não vive só de estádio e precisa de infraestrutura, Parreira lamentou: “Perdemos a oportunidade de dar conforto e mostrar um Brasil diferente”.
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27 de janeiro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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