A história é antiga. As advertências, idem. E o não ouvir, padrão.
Mesmo com diversos outros problemas de saúde – alguns bem mais graves – acrescentei mais um à lista. Dia 18/12, recebi a famosa trombada de um caminhão em pleno peito. Um infarto. Ou, como aprendi no CTI na ficha pregado ao lado de meu leito, um IAM (Infarto Agudo do Miocárdio).
A mistura de susto, dor intensa, enjoo e vômito só é menor que a tontura. Dói o braço, o peito e – que estranho! – a mandíbula.
Agradeço ao BIOCOR de BH pelo pronto atendimento. Em menos de 15 minutos no hospital, já estava na sala de Hemodinâmica colocando um stent no coração. Que me salvou. Obrigado, dr. César, pela presteza e competência.
Três dias no CTI. Quando estive nesta sala de muita dor e tristeza, estive sempre desacordado. Desta vez, não. Desperto e atento a tubos nos braços, mãos, respirador artificial, BIRD, monitores e aparelhos de análise de saturação.
Nada mais desumano. Nada mais assustador. Nada mais intensamente redutor a um absoluto estado de dependência.
Os ruídos são estranhos. A luz, fria. Os outros internos no mesmo silêncio cortado por gemidos prontamente interrompidos por remédios e analgésicos. O contato com o mundo, inexistente.
Reduz-se um ser humano a uma espécie de animal dependente de tudo. Principalmente da própria vida que – naquele momento – não lhe pertence.
Não sei o que é pior: o infarto ou o CTI.
É preciso humanizar os CTI´s. Foram os dias mais longos que já vivi. E não sou neófito neles. Mas, antes, estava dopado. Deixei de ser quem era e passei a ser o “do box 2”.
Não aconselho ninguém a parar de fumar ou ter uma vida minimamente saudável ou menos estressante. Não pode dar conselhos quem não segue os conselhos dados. Mas, se vale uma visão, só posso dizer: evitem.
Não é uma experiência que se viva impunemente.
E esta, creiam-me, pode ser evitada.
De volta à luta.
Feliz Natal a todos!
24 de dezembro de 2013
REYNALDO ROCHA, Veja
Mesmo com diversos outros problemas de saúde – alguns bem mais graves – acrescentei mais um à lista. Dia 18/12, recebi a famosa trombada de um caminhão em pleno peito. Um infarto. Ou, como aprendi no CTI na ficha pregado ao lado de meu leito, um IAM (Infarto Agudo do Miocárdio).
A mistura de susto, dor intensa, enjoo e vômito só é menor que a tontura. Dói o braço, o peito e – que estranho! – a mandíbula.
Agradeço ao BIOCOR de BH pelo pronto atendimento. Em menos de 15 minutos no hospital, já estava na sala de Hemodinâmica colocando um stent no coração. Que me salvou. Obrigado, dr. César, pela presteza e competência.
Três dias no CTI. Quando estive nesta sala de muita dor e tristeza, estive sempre desacordado. Desta vez, não. Desperto e atento a tubos nos braços, mãos, respirador artificial, BIRD, monitores e aparelhos de análise de saturação.
Nada mais desumano. Nada mais assustador. Nada mais intensamente redutor a um absoluto estado de dependência.
Os ruídos são estranhos. A luz, fria. Os outros internos no mesmo silêncio cortado por gemidos prontamente interrompidos por remédios e analgésicos. O contato com o mundo, inexistente.
Reduz-se um ser humano a uma espécie de animal dependente de tudo. Principalmente da própria vida que – naquele momento – não lhe pertence.
Não sei o que é pior: o infarto ou o CTI.
É preciso humanizar os CTI´s. Foram os dias mais longos que já vivi. E não sou neófito neles. Mas, antes, estava dopado. Deixei de ser quem era e passei a ser o “do box 2”.
Não aconselho ninguém a parar de fumar ou ter uma vida minimamente saudável ou menos estressante. Não pode dar conselhos quem não segue os conselhos dados. Mas, se vale uma visão, só posso dizer: evitem.
Não é uma experiência que se viva impunemente.
E esta, creiam-me, pode ser evitada.
De volta à luta.
Feliz Natal a todos!
24 de dezembro de 2013
REYNALDO ROCHA, Veja
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