"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

AGENDA DO PSDB: TOM FOI DADO E É DE OPOSIÇÃO


 
A documento lançado por Aécio Neves (PSDB) no dia de ontem teve dois ótimos resultados. O primeiro deles, interno, foi desmanchar a ideia de que ele faria uma oposição light ao PT, que os detratores do partido apelidaram, ao longo dos últimos dez anos, de "punhos de rendas". O segundo resultado foi posicionar Aécio como "o" candidato de oposição, no mesmo dia em que, segundo a imprensa, Eduardo Campos "trocava afagos" com Dilma Rousseff, em Pernambuco.
 
Se adotar um discurso efetivo de oposição custou a cabeça do marqueteiro que pretendia transformar Aécio no cara bom, que venha Nizan Guanaes. Mas que venha mesmo,  pois hoje vive dentro do Palácio do Planalto com a sua amiga quase lobista Helena Chagas. Ótimo ele é, tem uma história com os tucanos, mas é confiável? Sua posição, hoje, é de megaempresário das comunicações em âmbito global, figurinha carimbada nos eventos da The Economist e no Fórum Econômico Mundial. E quase chapa branca.
 
A Folha de São Paulo transforma o documento lançado ontem em "vago". O que é um terceiro grande resultado, pois não é plano de governo, é construção de discurso. E discurso em política é abrir portas e mais portas.  O repórter mais apressado da Folha já cobrou de Aécio como ele vai manter a inflação em 4,5%. Ou onde vai arranjar mais dinheiro para os municípios. E ainda criticou o corte dos ministérios pela metade, pois a economia será ridícula. Define o documento como cheio de "chavões e platitudes". Quando a imprensa não gosta, é porque não achou o " chavão e a platitude" para compor a manchete reducionista.
 
Então, se existe alguma crítica a fazer ao discurso é que a Imprensa ficou sem um "lead", que é aquela manchetona que explode nas capas de todos os jornais. Até porque o que temos hoje, no Brasil, é uma multidão de jornalistas de "lead" fácil. A sugestão é que a jornalistada não trate o fato como notícia, mas sim como artigo de fundo. E podem botar nele que ainda é dezembro e Aécio já é o candidato. Que Aécio está colocado como o nome da oposição. E que, pela primeira vez em muitos anos, o PSDB vai botar o dedo nas feridas podres do governo petista. É o que está escrito, basta saber ler.
 
18 de dezembro de 2013
in coroneLeaks

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