A lenda que se apresenta hoje, sobre a origem do brasileirismo chulo “baitola” (“homossexual passivo”, na definição do Houaiss), é diferente das que costumam ser examinadas neste espaço.
Não pode ser sumariamente desmistificada, pela razão simples de que não há sombra de tese alternativa para explicar a origem da palavra. Tampouco pode ser confirmada, devido à ausência de fontes documentais.
Vamos a ela: a palavra baitola (também se usa “baitolo”), existente no português brasileiro desde o século XIX, teria surgido como gozação a um engenheiro inglês homossexual que, chefiando a construção de uma via férrea no Brasil, chamava assim, com pronúncia anglófona, a bitola da ferrovia, isto é, a distância entre os trilhos.
Em seu “Dicionário do Nordeste”, Fred Navarro apresenta a seguinte abonação, tirada do livro “Miséria e grandeza do amor de Benedita”, de João Ubaldo Ribeiro:
“Costurar e lavar roupa, por exemplo, só quem faz bem é mulher ou baitola, isto é de reconhecimento universal”.
Que se trata de uma lenda, algo que circula de boca em boca e constitui a tal “voz do povo”, é inegável. Difícil dizer se tem um fundo de verdade, mas pelo menos sabemos estar diante de uma pepita genuína de “sabedoria popular” e não de uma descarada contrafação internética.
18 de dezembro de 2013
Sobre palavras, Veja
Não pode ser sumariamente desmistificada, pela razão simples de que não há sombra de tese alternativa para explicar a origem da palavra. Tampouco pode ser confirmada, devido à ausência de fontes documentais.
Vamos a ela: a palavra baitola (também se usa “baitolo”), existente no português brasileiro desde o século XIX, teria surgido como gozação a um engenheiro inglês homossexual que, chefiando a construção de uma via férrea no Brasil, chamava assim, com pronúncia anglófona, a bitola da ferrovia, isto é, a distância entre os trilhos.
Em seu “Dicionário do Nordeste”, Fred Navarro apresenta a seguinte abonação, tirada do livro “Miséria e grandeza do amor de Benedita”, de João Ubaldo Ribeiro:
“Costurar e lavar roupa, por exemplo, só quem faz bem é mulher ou baitola, isto é de reconhecimento universal”.
Que se trata de uma lenda, algo que circula de boca em boca e constitui a tal “voz do povo”, é inegável. Difícil dizer se tem um fundo de verdade, mas pelo menos sabemos estar diante de uma pepita genuína de “sabedoria popular” e não de uma descarada contrafação internética.
18 de dezembro de 2013
Sobre palavras, Veja
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