"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A CURIOSA HISTÓRIA DO INGLÊS "BAITOLA"

velha locomotiva
 
A lenda que se apresenta hoje, sobre a origem do brasileirismo chulo “baitola” (“homossexual passivo”, na definição do Houaiss), é diferente das que costumam ser examinadas neste espaço.
Não pode ser sumariamente desmistificada, pela razão simples de que não há sombra de tese alternativa para explicar a origem da palavra. Tampouco pode ser confirmada, devido à ausência de fontes documentais.

Vamos a ela: a palavra baitola (também se usa “baitolo”), existente no português brasileiro desde o século XIX, teria surgido como gozação a um engenheiro inglês homossexual que, chefiando a construção de uma via férrea no Brasil, chamava assim, com pronúncia anglófona, a bitola da ferrovia, isto é, a distância entre os trilhos.
 
Em seu “Dicionário do Nordeste”, Fred Navarro apresenta a seguinte abonação, tirada do livro “Miséria e grandeza do amor de Benedita”, de João Ubaldo Ribeiro:
“Costurar e lavar roupa, por exemplo, só quem faz bem é mulher ou baitola, isto é de reconhecimento universal”.

Que se trata de uma lenda, algo que circula de boca em boca e constitui a tal “voz do povo”, é inegável. Difícil dizer se tem um fundo de verdade, mas pelo menos sabemos estar diante de uma pepita genuína de “sabedoria popular” e não de uma descarada contrafação internética.

18 de dezembro de 2013
Sobre palavras, Veja

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