1 – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT, ordenou a retirada de abrigos de ônibus com cobertura e assentos para passageiros e sua substituição por postes de madeira, sem lugar para sentar, sem proteção contra o tempo.
Para isso, está pagando R$ 146 milhões – e de onde o engravatado tiraria tanto dinheiro para confiscar o conforto dos passageiros, a não ser aumentando impostos?
Este colunista, em todo seu tempo de jornalismo, já viu de tudo – inclusive obras desnecessárias, a preços absurdos. Mas tirar o que existe e funciona e trocá-lo por um pedaço de pau pintado, e ainda pagar por isso, é a primeira vez.
2 – O cartel de empresas multinacionais para superfaturar equipamentos do Metrô e dos trens metropolitanos de São Paulo começou no Governo Mário Covas, do PSDB, e sobreviveu, sempre próspero e viçoso, aos sucessivos Governos tucanos, inclusive o de Geraldo Alckmin, o atual governador.
Há denúncias de pagamento de propinas a altos funcionários. CPI na Assembléia? Nem pensar: a maioria tucana a rejeita. CPI no Congresso? Nem pensar: sabe-se lá por que motivo, o PT e seus aliados não querem nada com ela.
Então, o governador Geraldo Alckmin resolveu agir: sancionou a Lei 15.170/13, que cria o Dia Estadual do Ovo. O engravatado decidiu comemorá-lo na segunda sexta-feira de outubro.
Mas ninguém pense que o petista Haddad e o tucano Alckmin são iguais. Ambos amam a pompa do poder. Mas Haddad se preocupa em manter o penteado na moda. Alckmin não tem essa preocupação, por falta de matéria-prima.
Por falar em matéria-prima, preste atenção no presidente da Federação das Indústrias e candidato do PMDB ao Governo paulista, Paulo Skaf: na continuação da testa, onde havia amplo aeródromo para mosquitos bem-postos na vida, foi manufaturada uma bela cabeleira.
Em termos econômicos, ganha a indústria de pentes. E perde a de pó compacto usado na TV para tirar reflexos.
Marina Silva deu entrevista ao vivo no Roda-Viva, da TV Cultura. A TV Brasil, oficial, que retransmite Roda Viva, teve problemas técnicos bem nessa hora, veja! e acabou passando um programa antigo.
Ah, esses problemas técnicos!
O general Newton Cruz, chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações no Governo Figueiredo, quer publicar sua biografia. Segundo o portal gaúcho Espaço Vital (www.espacovital.com.br), busca uma editora. Este colunista já entrevistou o general na Rede Bandeirantes de TV.
Na ocasião, embora tenha tido tratamento gentil, o general saiu furioso com as respostas que não deu.
O bicheiro João Arcanjo Ribeiro, “Comendador Arcanjo”, foi condenado nesta semana a 19 anos de prisão, pelo assassínio de Sávio Brandão, do jornal Folha do Estado, de Mato Grosso. O crime ocorreu em Cuiabá, em 2002.
O detalhe: quem deu o título de comendador ao assassino foi a Assembleia Legislativa.
O Conselho Nacional de Justiça determinou a aposentadoria do desembargador Bernardino Lima Luz, de Tocantins. Segundo o CNJ, “o desembargador incidiu em violação do dever de manter conduta irrepreensível na vida pública e particular”. Usou o cargo de corregedor-geral de Justiça para obter vantagens, favoreceu interesse próprio ou alheio, patrocinou interesses privados diante da administração pública, participou de associação para praticar atos ilícitos e ameaçar autoridades.
E em que consiste a dura pena que lhe foi imposta? Ele não precisará trabalhar e receberá salário proporcional ao tempo de atividade.
Eduardo Gaievski, assessor da Casa Civil da Presidência, chefiada pela ministra Gleisi Hoffmann, cotadíssimo para coordenar a campanha da chefe ao Governo do Paraná, foi preso pela acusação de abusar sexualmente de menores. Agora foram presos seu filho, André, e seu advogado, Fernando Borges, acusados de coagir testemunhas. A Polícia testemunhou a entrega de dinheiro por ambos às mães de duas das jovens citadas como vítimas de Gaievski, e prendeu-os.
Gleisi, apesar dos aliados, mantém a candidatura ao Governo do Estado pelo PT.
César Maia, DEM, bom analista, ex-governador do Rio e candidato a retornar, avalia o lançamento do goiano Ronaldo Caiado à Presidência – não para ganhar, mas para marcar posição. As vantagens: a candidatura interessa a todos. A Dilma, por evitar que o tempo de TV do DEM vá para os outros candidatos. A Aécio, por aumentar a probabilidade de segundo turno. Ao DEM, por colocar seu número na TV e assim eleger mais deputados.
As desvantagens: a candidatura prejudica também a todos. A Aécio, por perder a oportunidade de crescer na área do agronegócio e de ganhar mais tempo na TV. A Eduardo Campos, pois Caiado é bom de debate e poderia atingir sua aliança com Marina. E ao DEM, que perderia a chance de indicar o vice na chapa de Aécio. Aí é balancear vantagens e desvantagens e agir em consequência. É assim que se faz o cálculo na política.
28 de outubro de 2013
Carlos Brickmann é jornalista e consultor de comunicação.
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