O líder indígena Raoni criticou a forma como o governo do presidente da República, Jair Bolsonaro, tem conduzido as políticas indigenistas.
Reconhecido pela comunidade internacional como um dos principais representantes dos indígenas do Brasil, Raoni disse que seu povo corre o risco de desaparecer, se nada for feito.
Em entrevista ao jornal Estadão, nesta terça-feira (4), Raoni declarou:
“Queremos dialogar com o governo, mostrar a ele que nós, indígenas, não aceitamos o que Bolsonaro pensa sobre nós, não aceitamos a violação dos direitos indígenas e dos territórios indígenas. Essa gestão é contra o povo indígena.
E acrescentou:
“Os povos indígenas estão preocupados. Acreditam que Bolsonaro pode acabar com nosso povo. Queremos falar, mostrar para o governo essa pressão que sofremos de madeireiros e garimpeiros. Precisam respeitar nossos direitos.”
Na semana passada, o cacique Raoni foi recebido pelo Papa Francisco, no Vaticano.
Nos próximos meses, a Igreja Católica promoverá o Sínodo da Amazônia, evento que pretende abordar a situação de povos indígenas, mudanças climáticas provocadas por desmatamento e quilombolas.
O governo do Brasil já deixou claro que não aceitará a interferência estrangeira em suas decisões sobre a Amazônia.
“Quem cuida da Amazônia brasileira é o Brasil”, afirmou o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, sobre o evento convocado pelo Vaticano.
“A preocupação é que tem algumas coisas na pauta do Sínodo que são assuntos de interesse do Brasil e quem cuida da Amazônia brasileira é o Brasil. Não tem que ter palpite de ONG estrangeira, não tem que ter palpite de chefe de estado estrangeiro”, acrescentou o general da reserva, em matéria publicada no mês de fevereiro.
04 de junho de 2019
renova mídia
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